• Redação Galileu
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Terceira dose da Pfizer é necessária para proteger contra Ômicron após duas doses de Coronavac (Foto: Georgia.gov)

Terceira dose da Pfizer é necessária para proteger contra ômicron após duas doses de Coronavac (Foto: Georgia.gov)

Duas doses da vacina contra Covid-19 da CoronaVac não são suficientes para combater a variante ômicron do coronavírus. Segundo um novo estudo, é necessário o reforço da Pfizer para produzir anticorpos neutralizantes contra a cepa. O resultado foi publicado nesta quinta-feira (21) na revista Nature Medicine.






A pesquisa considerou a análise do soro sanguíneo de 101 indivíduos da República Dominicana. O material indicou que a infeção pela ômicron não produziu anticorpos neutralizantes em pessoas vacinadas apenas com as duas doses da farmacêutica chinesa Sinovac. Os níveis dessas defesas só aumentaram com o reforço da Pfizer, que usa tecnologia de RNA mensageiro (mRNA).

Ao compararem as amostras com coletas de sangue feitas em Yale, nos Estados Unidos, os cientistas notaram que vacinados com a combinação de CoronaVac e reforço tinham níveis de anticorpos quase iguais aos de pessoas imunizadas com apenas duas doses da Pfizer.

Em outros estudos, duas aplicações da vacina de mRNA sem a terceira dose ofereceram apenas uma proteção limitada contra a ômicron. Agora, os pesquisadores descobriram ainda que pessoas infectadas por cepas anteriores também têm pouca defesa imunológica contra a variante.

Os achados podem mudar a estratégia mundial de combate contra a ômicron. A cepa, dona de 36 mutações na proteína spike (usada pelo vírus para entrar nas céluas), se sobressaiu sobre a Delta, considerada mais perigosa, mas menos transmissível.

Akiko Iwasaki, autor sênior do estudo, defende que a terceira dose da vacina é importante especialmente em áreas onde a CoronaVac foi o principal imunizante aplicado. Atualmente o produto é usado em 48 países.






O pesquisador acrescenta, contudo, que o sistema imunológico tem outras "armas" contra infecções virais além dos anticorpos da pesquisa. Um exemplo são as células T, capazes de  matar células infectadas para prevenir doenças graves. “Mas precisamos de anticorpos para prevenir a infecção e retardar a transmissão do vírus”, salienta Iwasaki.