• Redação Galileu
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Eurídice Martínez Steele e Renata Bertazzi Levy, ambas pesquisadoras da Universidade de São Paulo (Foto: FSP/USP e João Neves)

Eurídice Martínez Steele e Renata Bertazzi Levy, ambas pesquisadoras da Universidade de São Paulo (Foto: FSP/USP e João Neves)

Lançado na última terça-feira (16), o levantamento Pesquisadores Altamente Citados 2021 incluiu 21 cientistas baseados no Brasil entre os mais influentes do mundo — dois a mais do que em 2020. A lista é organizada pelo site Web of Science, da empresa Clarivate Analytics, e identifica cerca de 6,6 mil pesquisadores que demonstraram impacto positivo em seus campos ao longo da última década.

Dentre mais de 70 países e regiões, foram listados 6.602 nomes ao todo, dos quais 3.774 tiveram influência em áreas específicas e 2.828 impactaram campos cruzados (cross-field). Entre os brasileiros, a categoria mais presente foi a cross-field, seguida por especialistas das ciências agrárias e ciências sociais.

Determinada por especialistas em bibliometria do Instituto para Informação Científica, nos Estados Unidos, a lista considerou o período entre janeiro de 2010 e dezembro de 2020 para verificar os artigos — e seus respectivos autores — mais citados.

A Universidade de São Paulo (USP) aparece à frente como instituição brasileira mais mencionada no ranking, graças à atuação de sete de seus pesquisadores. Geoffrey Cannon, Maria Laura da Costa Louzada, Carlos Monteiro e Eurídice Martínez Steele representam a Faculdade de Saúde Pública (FSP-USP), enquanto André Russowsky Brunoni, Renata Bertazzi Levy e Raul Dias dos Santos Filho fazem parte da Faculdade de Medicina (FM-USP).

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV) têm, cada um, dois de seus cientistas na lista. São, respectivamente, Amin Mousavi Khaneghah (cross-field) e Anderson S. Sant'Ana (ciências agrárias), Adriano Gomes Cruz (ciências agrárias) e Marcia C. Silva (ciências agrárias), e Adriano Nunes-Nesi (ciência ambiental) e Francisco Murilo Zerbini (microbiologia).

Também integram a lista José Marengo (geociências), do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Nacionais (Cemaden), e Luiz Henrique Caparelli Mattoso (ciências agrárias), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Completam a lista de brasileiros mais citados seis pesquisadores de universidades federais: Joel Rodrigues (cross-field), da Universidade Federal do Piauí (UFPI); Luis Augusto Rohde (psiquiatria e psicologia), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Felipe Barreto Schuch (psiquiatria e psicologia), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); Cesar G. Victora (medicina clínica), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel); Pedro Henrique Santin Brancalion (cross-field), da Universidade Federal São Carlos (UFSCar); e Monica Q. Freitas (ciências agrárias), da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Assim como em anos anteriores, os Estados Unidos seguem como o país mais bem representado entre os "Pesquisadores Altamente Citados 2021”, com 2.622 cientistas na lista (39,7% do total). Só a Universidade Harvard engloba 214 deles, figurando mais uma vez como a instituição que tem a maior concentração dos pesquisadores de impacto científico.

Em segundo lugar está a China, que é a base institucional de 935 (ou 14,2%) dos especialistas mais mencionados. O país asiático vem numa tendência de crescimento acentuado: em quatro anos, a presença na lista praticamente dobrou. Com 492 pesquisadores, o Reino Unido completa o pódio das nações mais estampadas no levantamento.

Dentre os mais de 6,6 mil pesquisadores mais citados estão 24 vencedores do prêmio Nobel, incluindo cinco que foram premiados neste ano, todos baseados nos EUA: David Julius e Ardem Patapoutian (Nobel de Fisiologia ou Medicina), David W. C. MacMillan (Nobel de Química) e David Card e Guido Imbens (Nobel de Economia).

Para Joel Haspel, vice-presidente sênior de Estratégia do Grupo de Ciência da Clarivate, o levantamento reflete o valor de uma década de publicações científicas e valoriza os desafios dos bastidores da pesquisa. “Assim como o registro dos momentos 'eureca!', nossos dados contam a história de longas noites usadas para preencher pedidos de bolsas, analisar resultados no laboratório e trabalhar na revisão de manuscritos por pares, além dos muitos pequenos fracassos que acabam por conduzir a maiores sucessos e acelerar a inovação”, diz Haspel, em comunicado enviado à imprensa.