• Redação Galileu
Atualizado em
Nova aurora boreal descoberta por cientistas é diferente pois apresenta áreas com aumento de densidade de átomos de oxigênio (Foto: Graeme Whipps)

Nova aurora descoberta por cientistas é diferente pois apresenta áreas com aumento de densidade de átomos de oxigênio (Foto: Graeme Whipps)

No dia 20 de janeiro de 2016, no Norte da Europa, um misterioso evento coloriu o céu por pelo menos quatro horas, se expandindo por 1,5 mil km, da Finlândia até a Escócia. Pesquisadores classificaram o acontecimento como um novo tipo de aurora e apelidaram o balé de luzes sob o nome de “dunas”.

Eles registraram detalhes sobre essa observação inédita em um estudo, publicado no dia 4 de maio, no jornal científico AGU Advances. A hipótese dos cientistas para explicar as tais dunas é que nesse tipo de aurora existe em áreas com densidade aumentada de átomos de oxigênio, o que resulta em um brilho diferenciado.






As observações do novo fenômeno foram lideradas por pesquisadores da Universidade de Helsinque, na Finlândia. Um grupo internacional de fotógrafos amadores de países como  Noruega e Escócia registraram o acontecimento. Em seguida, as imagens foram comparadas com dados de satélite e um instrumento para medir elétrons.

Entre os registros feitos na ocasião, foi particularmente importante um vídeo em time lapse produzido por um cinegrafista escocês, que ajudou os pesquisadores a estimarem a velocidade de propagação das dunas. Essas auroras, segundo eles, se movimentam com rapidez de 200 metros por segundo (m/s).

Aurora 'duna' foi registrada da Finlândia até a Escócia em 2016  (Foto: Graeme Whipps)

Aurora duna foi registrada da Finlândia até a Escócia em 2016 (Foto: Graeme Whipps)

As mais conhecidas auroras são as auroras boreais, que ocorrem quando elétrons liberados pelo Sol colidem com átomos de oxigênio e moléculas de nitrogênio na atmosfera terrestre. Essa colisão acaba gerando uma liberação de luz, uma vez que há contato com o campo magnético da Terra.

A nova forma de aurora é relativamente mais rara e seu formato é diferente, já que ela surge das alterações nas concentrações de oxigênio atmosférico. A densidade dos átomos de O2 aumenta devido a uma onda atmosférica chamada de furo mesosférico – um tipo de “perfuração” na mesosfera.






A mesosfera é a camada da atmosfera terrestre que fica de 32 a 80 km acima da superfície. A onda que “fura” essa faixa viaja horizontalmente junto à uma onda “guia”, localizada na parte mais alta da atmosfera.

Os cientistas já observaram o canal de ondas que consiste nas dunas, porém a intenção deles é abranger ainda mais a pesquisa para analisar as camadas que cercam essa aurora. "Em seguida, procuraremos observações do furo mesosférico na guia de ondas", conta Maxime Grandin, primeiro autor da pesquisa, em comunicado.

Veja abaixo um vídeo do novo tipo de aurora dunas: