• Redação Galileu
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Estudo internacional reforça teoria de que dinossauros foram extintos em função de um asteroide (Foto: Willgard Krause/ Pixabay)

Estudo internacional reforça teoria de que dinossauros foram extintos em função de um asteroide (Foto: Willgard Krause/ Pixabay)

Há cerca de 66 milhões de anos, todos os dinossauros não-aviários foram extintos da Terra. E a culpa pela morte dos animais pode ser atribuída a nada menos (ou menor) do que um asteroide de 11 quilômetros de largura, reforça uma nova pesquisa liderada pela Vrije Universiteit Brussel, na Bélgica.

Publicado pela revista Science Advances nesta quarta-feira (24), o estudo encontrou o único vestígio restante do corpo rochoso assassino: poeira. As partículas foram detectadas dentro da cratera de Chicxulub, no Golfo do México – estrutura que, como defende a teoria mais aceita sobre a extinção dos dinossauros, teria surgido a partir do impacto do asteroide com o planeta.

Os pesquisadores descobriram que a concentração de irídio – um dos principais elementos químicos de um asteroide – é quatro vezes maior nas camadas do topo da cratera de Chicxulub do que em outras partes da Terra. O pico da substância no local, defende o artigo, é um “vestígio indiscutível” do evento que levou à súbita extinção em massa não só dos dinossauros, mas de cerca de 75% de toda a vida animal e vegetal do planeta entre o fim do período Cretáceo e início do Paleógeno.

“Nas primeiras horas ou meses após o impacto, a cratera era um ambiente altamente turbulento afetado por tsunamis e terremotos”, explica, em nota, Steven Goderis, professor de geoquímica da instituição que liderou a descoberta. “Felizmente, a camada de irídio foi preservada. Isso inquestionavelmente confirma que o impacto do asteroide e a extinção dos dinossauros estão indiscutivelmente ligados”, considera.

A cratera deixada pelo asteróide que destruiu os dinossauros  – batizada com o nome "Chicxulub" – está localizada no Golfo do México (Foto: The University of Texas at Austin/Jackson School of Geosciences/Google Maps)

A cratera deixada pelo asteróide que destruiu os dinossauros – batizada com o nome "Chicxulub" – está localizada no Golfo do México (Foto: The University of Texas at Austin/Jackson School of Geosciences/Google Maps)

As concentrações de irídio medidas no núcleo da perfuração também coincidem com aquelas calculadas anteriormente por outros grupos de estudo em locais ao redor do Golfo do México, onde a estrutura está localizada. Além disso, a análise química, que passou por laboratórios independentes da Áustria, Bélgica, Japão e Estados Unidos, mostrou níveis elevados de outros elementos associados ao asteroide no topo da cratera. "O círculo está finalmente completo", diz Goderis.

Cientistas da Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos, que também participaram do estudo, planejam retornar à cratera nos próximos meses para, desta vez, analisar o centro da estrutura – onde esperam recuperar mais material de asteroide.