• Redação Galileu
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Rosalind Franklin, química britânica conhecida por sua contribuição na descoberta da estrutura de dupla hélice do DNA (Foto: Wikimedia Commons)

Rosalind Franklin, química britânica conhecida por sua contribuição na descoberta da estrutura de dupla hélice do DNA (Foto: Wikimedia Commons)

Nascida em 1920, a química britânica Rosalind Elsie Franklin era a segunda de cinco filhos de uma influente família judaica, bastante atuante no movimento do sufrágio feminino. Com o apoio dos pais, em 1941, Franklin se formou em Ciências da Natureza pelo Newnham College, uma das faculdades restritas a mulheres da Universidade de Cambridge. Quatro anos mais tarde, conquistou seu Ph.D com uma pesquisa sobre a porosidade do carvão, importante tópico para a indústria do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial.

Foi esse trabalho que lhe abriu portas para estudar estruturas moleculares de outros objetos, indo do grafite ao RNA viral e culminando na descoberta da estrutura do DNA.

Não fossem os comentários negativos de um homem, no entanto, a contribuição de Rosalind Franklin para a descoberta da estrutura em dupla hélice do DNA talvez nunca fosse revelada. Em sua autobiografia, A dupla hélice: Como descobri a estrutura do DNA, escrita em 1968, o biólogo James Watson chamou Franklin de “agressiva”, mas detalhou sua importância para o processo que o levou a desenvolver o modelo pelo qual recebeu o Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1962.

Não creditada

Photo 51, a primeira imagem feita da estrutura de dupla hélice do nosso DNA (Foto: Wikimedia Commons)

Photo 51, a primeira imagem feita da estrutura de dupla hélice do nosso DNA (Foto: Wikimedia Commons)

Em 1951, após passar um período estudando na França, onde Franklin aprimorou o uso da cristalografia de raios-X para criar imagens de matérias microscópicas, a cientista entrou para o laboratório de biofísica do King’s College. Lá, com a ajuda de seu aluno Raymond Gosling, extraiu fibras de DNA para uma análise com raios-X e descobriu que não havia apenas uma forma da molécula, e sim duas. Com sua técnica de cristalografia e difração de raios-X, foi possível fotografar a nova estrutura, originando a famosa Photo 51.

Mas, antes que pudesse desenvolver sua tese, a cientista foi atravessada por Maurice Wilkins, um biólogo molecular que trabalhava no mesmo laboratório. Quando Watson, que tentava desvendar a estrutura do DNA, visitou o local, Wilkins se gabou da descoberta.

Em 1953, Franklin trocou a pesquisa sobre DNA por outra sobre vírus. Watson, junto com Wilkins e Francis Crick, anunciou a descoberta da dupla hélice. Ela nunca os confrontou, e morreu cinco anos depois, aos 37 anos, de câncer no ovário. Sua história só veio à tona após sua morte.

Nos palcos

Cartaz da peça Photography 51, estrelada por Nicole Kidman (Foto:  )

Cartaz da peça Photography 51, estrelada por Nicole Kidman (Foto: )

Em 2015, a contribuição de Franklin para a descoberta da dupla hélice foi dramatizada na elogiada peça de teatro Photograph 51, roterizada por Anna Ziegler e protagonizada por Nicole Kidman, premiada por sua performance no papel da química. “A nova peça de Anna Ziegler reafirma a contribuição da química dos anos 1950 Rosalind Franklin para a descoberta do DNA e pergunta: a ciência ainda é sexista?”, escreveu Michael Billington em sua crítica publicada no The Guardian.

Lugar de mulher é na Ciência (Foto: Divulgação)

Lugar de mulher é na Ciência (Foto: Divulgação)