• Redação Galileu
Atualizado em
Voluntário no teste da vacina contra a gripe universal BPL-1357 recebe uma injeção intramuscular (Foto: NIAID)

Voluntário no teste da vacina contra a gripe universal BPL-1357 recebe uma injeção intramuscular (Foto: NIAID)

Cientistas começaram a testar uma vacina universal contra a gripe em humanos durante a fase 1 de testes clínicos nos Estados Unidos. O estudo testará a segurança do imunizante candidato BPL-1357, assim como sua eficácia em estimular resposta imune.

A vacina foi desenvolvida por pesquisadores do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) dos EUA. Os testes do produto estão ocorrendo no Centro Clínico da entidade em Bethesda, no estado norte-americano de Maryland.

A vacina BPL-1357 é feita a partir do vírus da gripe aviária completo não infeccioso. Ao todo, ela é composta por quatro cepas do vírus quimicamente inativadas e com baixa patogenicidade.

De acordo com Matthew J. Memoli, investigador do NIAID, a intenção do imunizante é induzir uma resposta imune abrangente que imita aquela adquirida após uma infecção natural. “Isso é muito diferente de quase todas as outras vacinas para influenza ou outros vírus respiratórios, que se concentram em induzir imunidade a um único antígeno viral e muitas vezes não induzem imunidade mucosa”, explica Memoli, em comunicado.

Já Anthony S. Fauci, diretor do instituto, relembra que a vacina candidata teve um desempenho muito bom em estudos pré-clínicos. Nessa etapa, camundongos receberam duas doses do imunizante por via intramuscular ou intranasal. Vacinados, os animais sobreviveram a uma exposição posterior de doses letais de cada uma das seis cepas de vírus influenza — incluindo subtipos virais não contemplados na vacina. Resultados semelhantes também foram obtidos em furões vacinados com o produto.

Testes em humanos

Ao longo de sete meses, o estudo clínico testará a vacina em até 100 pessoas com idades entre 18 e 55 anos. Nenhum dos participantes poderá ser vacinado com algum tipo de imunizante contra a gripe nas oito semanas anteriores à inscrição no estudo. Todos terão que fazer duas visitas clínicas para receber a BPL-1357 ou um placebo.

Representação de vírus influenza, causador da gripe (Foto: Cynthia Goldsmith/CDC)

Representação de vírus influenza, causador da gripe (Foto: Cynthia Goldsmith/CDC)

Os voluntários serão divididos em três grupos, em uma proporção de 1:1:1. O primeiro grupo receberá o imunizante via intramuscular juntamente com placebo de solução salina intranasal; o segundo será vacinado com duas doses via intranasal e com placebo intramuscular; e o restante tomará placebo nas duas vias, intramuscular e intranasal.







Os participantes concordaram em não se vacinar contra a gripe sazonal por aproximadamente dois meses após a segunda dose da vacina (ou da aplicação do placebo). Eles terão ainda mais sete retornos para fornecer amostras de sangue e mucosa nasal aos cientistas, que irão avaliar a resposta imune. 

Segundo Memoli, o estudo examinará não só a segurança de BPL-1357, mas também permitirá avaliar a importância da imunidade da mucosa contra a gripe e ainda se “uma estratégia de induzir os braços celulares e de anticorpos” poderá proteger mais amplamente contra as mudanças do vírus.