• Redação Galileu
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Pessoas com insônia correm maior risco de desenvolver problemas cognitivos (Foto: Annie Spratt/ Unsplash)

Pessoas com insônia correm maior risco de desenvolver problemas cognitivos (Foto: Annie Spratt/ Unsplash)

Um novo estudo finlandês concluiu que pessoas que sofrem com insônia têm um risco maior de desenvolver problemas cognitivos ao longo da vida. A pesquisa, publicada no final de abril deste ano no Journal of Aging and Health, envolveu 3.748 participantes, que foram acompanhados entre 15 e 17 anos após suas avaliações originais.

Os problemas cognitivos ligados à insônia podem incluir problemas de memória, concentração e capacidade de aprendizado. Os pesquisadores ajustaram outros fatores de saúde conhecidos por estarem ligados ao declínio cognitivo na velhice, como pressão alta, colesterol alto, obesidade, diabetes, depressão e um baixo nível de atividade física.

Eles explicam que quanto mais tempo durar a insônia, piores serão essas funções cerebrais com o passar dos anos, enquanto que, se os sintomas da insônia diminuirem, a função cognitiva tende a ficar mais saudável na vida adulta.

Alguns participantes que estavam na meia-idade e empregados no início do estudo já haviam se aposentado quando ocorreu o acompanhamento. “Nossos resultados mostraram que os sintomas de insônia já na idade ativa podem aumentar o risco de declínio cognitivo na idade da aposentadoria”, explicam os pesquisadores da Universidade de Helsinque, na Finlândia, no artigo.

Estudos anteriores já haviam analisado a possibilidade de que o sistema de limpeza de resíduos que opera no cérebro durante o sono, ou os efeitos de consolidação da memória do sono REM (último estágio do ciclo do sono), possam ter um impacto na função cognitiva a longo prazo em pessoas que dormem mal.

A pesquisa alerta ainda que tratar a insônia mais cedo poderia evitar problemas de saúde do cérebro e até doenças como Alzheimer, embora não seja suficiente para mostrar a causa de forma conclusiva.

“Com base em nossas descobertas, a intervenção precoce para combater os sintomas de insônia ou medidas destinadas a melhorar a qualidade do sono seriam justificadas”, diz a socióloga médica da Universidade de Helsinque, Tea Lallukka, em comunicado.

A equipe ressalta ainda que existem várias maneiras de melhorar a qualidade do nosso sono, tais como: ter um ritmo de sono mais regular; garantir um bom ambiente de sono  (em termos de temperatura e iluminação) e cuidar dos hábitos alimentares.