• Redação Galileu
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Vacina da Pfizer, seja primeira, segunda ou terceira dose, causa duas vezes mais reações adversas em mulheres, segundo estudo  (Foto: Pedro Ribas/SMCS)

Vacina da Pfizer, seja primeira, segunda ou terceira dose, causa duas vezes mais reações adversas em mulheres, segundo estudo (Foto: Pedro Ribas/SMCS)

Em estudo publicado nesta quinta-feira (10) no jornal científico Vaccines, pesquisadores coletaram dados de mulheres e viram que elas foram quase duas vezes mais propensas a relatarem efeitos colaterais após a primeira, segunda ou terceira dose da vacina contra Covid-19 da Pfizer, quando comparadas aos homens.






A análise feita na Escola de Saúde Pública da Universidade de Haifa, em Israel, usou informações de relatórios do ministério da saúde israelense sobre reações adversas em pessoas maiores de 16 anos, entre dezembro de 2019 a junho de 2021.

Além disso, foi considerado um estudo com 923 participantes de mais de 30 anos, feito em junho de 2021, e ainda uma pesquisa com 520 voluntários da faixa de 20 a 65 anos, realizada em locais de trabalho em setembro do mesmo ano.

Os efeitos colaterais foram geralmente leves e mais recorrentes após a segunda dose da vacina— seja em homens ou mulheres. Entre os incômodos estavam dor no local de injeção, febre, dor de cabeça, fraqueza e sensação de formigamento no braço.

A quantidade de mulheres que relataram sensação dolorosa em todo o braço após a primeira dose foi sete vezes maior do que em homens vacinados com a primeira aplicação. Já a proporção das que disseram ter tido esse mesmo efeito colateral depois da segunda dose foi 4,2 vezes maior, em comparação aos participantes do sexo masculino. Depois da terceira administração do imunizante, o incômodo foi 4,1 vezes mais citado pelas voluntárias em relação a seus pares homens.

Mulheres relataram também 30 vezes mais fraqueza do que homens depois da primeira dose, sendo que a incidência no registro desse efeito colateral nelas foi 2,6 vezes maior após a segunda dose e 1,6 vez maior após a terceira dose.

Quando se trata de dor de cabeça, a recorrência nas participantes foi nove vezes superior após a primeira aplicação da Pfizer, 3,2 vezes mais comum depois da segunda e 2,45 vezes maior depois da terceira.






Os cientistas não sabem o que pode explicar a incidência mais elevada de reações adversas nas mulheres, contudo Manfred Green, principal autor do estudo, cita uma hipótese. “Uma possibilidade é que o sistema imunológico das mulheres responda mais fortemente do que o dos homens a antígenos estranhos”, afirma, em comunicado.

A vacina da Pfizer tem como base RNA mensageiro (mRNA), que codifica as proteínas do vírus Sars-CoV-2. O produto assim estimula a produção dos anticorpos contra o coronavírus e protege a pessoa vacinada. Os resultados do estudo enfatizam a necessidade de relatar os efeitos colaterais do imunizante por gênero, segundo os cientistas.