• Redação Galileu
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Estudo com 120 especialistas do mundo todo elaborou a primeira definição de Covid-19 longa em crianças  (Foto: Rusty Watson//Unsplash)

Estudo com 120 especialistas do mundo todo elaborou a primeira definição de Covid-19 longa em crianças (Foto: Rusty Watson//Unsplash)

Um grupo de 120 especialistas de diversos países estabeleceu a primeira definição do que é a Covid-19 longa em crianças e adolescentes. Os detalhes foram publicados no jornal científico Archives of Disease in Childhood nesta segunda-feira (7).






Se a definição for amplamente adotada, poderá ajudar pesquisadores a compararem e avaliarem de forma confiável estudos sobre a condição, sejam eles focados na prevalência do quadro ou no desenvolvimento de sintomas, por exemplo.

O trabalho também poderá servir de complemento à definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Covid-19 longa em adultos. A entidade explica em seu site que a condição se refere a uma “constelação de sintomas de longo prazo que algumas pessoas experimentam depois de terem Covid-19” e cita efeitos como fadiga, falta de ar e disfunção cognitiva. 

Quando se trata de crianças, porém, existem muitas definições para o quadro prolongado, todas diferentes quanto a número, tipos e duração dos sintomas. Uma nota publicada pelos autores do novo estudo revela que as estimativas de prevalência da condição entre os pequenos variam de 1% a 51% na literatura médica, o que dificulta esforços de pesquisa.

Para criar um conceito mais preciso, a equipe analisou 49 definições, sendo que cada uma recebeu uma pontuação de 1 a 9 conforme sua importância. Após três fases eliminatórias, foram selecionadas cinco definições, discutidas posteriormente entre os estudiosos. Os autores, então, analisaram na prática os conceitos, em um grupo composto por oito jovens de 11 a 17 anos afetados pela Covid-19 longa.

Os experts concluíram que o quadro prolongado ocorre em jovens e crianças com histórico de infecção confirmada pelo Sars-CoV-2, que tiveram pelo menos um sintoma físico persistente por um período mínimo de 12 semanas após o diagnóstico — mesmo que as manifestações tenham aumentado ou diminuído nesse período.

Os incômodos devem ter impactado as atividades diárias da criança e alguns podem continuar ou se desenvolver mesmo após o fim da infecção, podendo variar ao longo do tempo.







Contudo, os cientistas alertam que essa definição se aplica a métodos de pesquisa e, por ora, não deve limitar o acesso a atendimentos e tratamentos clínicos. “A decisão de uma criança ou jovem poder consultar um profissional de saúde, acessar qualquer suporte necessário ou ser encaminhada, investigada ou tratada para Covid-19 longa deve ser uma decisão compartilhada envolvendo o jovem, seus cuidadores e médicos”, afirmam os autores.