Saúde
Em estudo preliminar, anticorpo monoclonal é eficaz contra Ômicron
Em testes laboratoriais, o Sotrovimab, medicamento de uso restrito a hospitais, neutralizou as mutações presentes na cepa recém-descoberta do Sars-CoV-2
1 min de leitura![Farmacêutica anuncia resultados promissores de anticorpo monoclonal contra ômicron (Foto: Divulgação) Farmacêutica anuncia resultados promissores de anticorpo monoclonal contra ômicron (Foto: Divulgação)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/3L1OlWoN7893M420XGj2UdWAwRc=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2021/12/02/294403-whatsapp-20image-202021-12-02-20at-2009-09-53.jpeg)
Farmacêutica anuncia resultados promissores de anticorpo monoclonal contra ômicron (Foto: Divulgação)
A farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK) anunciou nesta quinta-feira (2) que seu anticorpo monoclonal contra Covid-19, desenvolvido em parceria com a norte-americana Vir, demonstrou eficácia contra a nova variante Ômicron do coronavírus em testes in vitro. Os resultados promissores foram compartilhados em artigo publicado como prévia (preprint) na plataforma bioRxiv e ainda precisa ser revisado por outros pesquisadores.
Os dados foram coletados em experimentos feitos com pseudovírus criados a partir de técnicas de bioengenharia para transportar as mutações características da nova variante do Sars-CoV-2. A cepa foi identificada pela primeira vez na África do Sul no final de novembro, mas já está presente em todos os continentes, incluindo no Brasil.
A GSK informou que a empresa está concluindo testes de pseudovírus in vitro para confirmar se o anticorpo monoclonal é capaz de neutralizar uma combinação de todas as mutações da Ômicron — a variante tem 50 mutações, segundo as evidências científicas mais atualizadas. O laboratório pretende fornecer uma atualização até o final de 2021.
Conhecido como Sotrovimab, o medicamento em questão funciona à base de anticorpos monoclonais de longa duração, que imitam a capacidade do sistema imunológico de combater o vírus. Ele foi projetado para se ligar a uma região do patógeno também presente em outro coronavírus (Sars-CoV-1), o que, segundo os pesquisadores, é uma área estratégica que dificilmente passará por mutações. “O Sotrovimab foi projetado deliberadamente com um vírus mutante em mente”, diz George Scangos, presidente executivo da Vir, em nota.
Segundo a GSK, a terapia já demonstrou atividade persistente contra todas as variantes de preocupação e interesse da Organização Mundial de Saúde (OMS). O remédio tem autorização de uso emergencial nos Estados Unidos e na Europa, além de países como Japão, Canadá e Austrália.
No Brasil, seu uso foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no último 8 de setembro somente para pacientes com quadros leves ou moderados de Covid-19 e com risco de evoluir para quadros graves da doença. O medicamento é injetável e de uso restrito a hospitais.