Saúde
Proteína na superfície da célula é potencial fator para Covid-19 grave
Cientistas constataram que altos níveis da CD47, induzidos pelo Sars-CoV-2, impedem uma resposta imune eficaz contra o novo coronavírus; entenda
1 min de leitura![Micrografia eletrônica de partículas do vírus Sars-CoV-2 (Foto: National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID)) Micrografia eletrônica de partículas do vírus Sars-CoV-2 (Foto: National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID))](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/DcY9gnlIYgWjsSGx3S2NS3068MI=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2021/09/24/640px-novel_coronavirus_sars-cov-2_49645402917.jpg)
Micrografia eletrônica de partículas do vírus Sars-CoV-2 (Foto: National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID))
Entre os diversos efeitos da infecção pelo coronavírus Sars-CoV-2 no organismo está o aumento dos níveis da proteína CD47, localizada na superfície das células humanas. E, segundo um estudo publicado na última quarta-feira (22) no jornal científico Current Isues In Molecular Biology, esse pode ser um indicador de que o quadro de Covid-19 tende a se agravar.
A CD47 funciona como aquele aviso de "não comer" que alguém colocaria em um alimento estragado. No caso, ela serve de alerta para o sistema imunológico. Só que, ao ter sua produção induzida pelo Sars-CoV-2, as células infectadas não são reconhecidas pelas nossas defesas, e o vírus fica livre para seguir se replicando. Como resultado, aumenta o risco de evolução para um quadro grave.
Os autores, vinculados à Universidade de Kent, no Reino Unido, e à Universidade Goethe, na Alemanha, identificaram ainda que idade avançada e diabetes estão associados a uma maior produção de CD47. Sabe-se que esses também são fatores de risco para desenvolver Covid-19 grave. Níveis altos dessa proteína ainda estão por trás da hipertensão, outra comorbidade preocupante para a infecção.
Com isso, os especialistas acreditam que a CD47 pode ajudar na compreensão de doenças atreladas à Covid-19, auxiliando a criar métodos terapêuticos mais eficazes. “Por meio desse caminho, conseguimos um grande avanço e exemplificamos que a luta contra a doença continua”, comenta Jindrich Cinatl, pesquisador colaborador do estudo, em comunicado.