• Redação Galileu
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Não há dose segura de consumo de álcool para o cérebro, aponta estudo (Foto: Timothy Dykes/Unsplash)

Não há dose segura de consumo de álcool para o cérebro, aponta estudo (Foto: Timothy Dykes/Unsplash)

Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, recomendaram a revisão das atuais diretrizes do consumo de álcool considerado de “baixo risco”. Segundo novo estudo, em que foram observados os efeitos da substância no cérebro, não existem níveis alcoólicos seguros que impeçam consequências à saúde.

Publicado no início de maio no site medRxiv e ainda sem revisão por pares, o artigo não anula pesquisas anteriores que constataram possíveis benefícios trazidos pelo vinho, por exemplo. Mas joga luz sobre os efeitos adversos que podem surgir no órgão do sistema nervoso mesmo com uma baixa quantidade de consumo alcoólico.

A partir de questionários e um banco de dados, os especialistas analisaram fatores como  estilo de vida, educação e consumo de mais de 25 mil pessoas no Reino Unido com média de 55 anos de idade. Posteriormente, foram realizados testes cognitivos e de memória, além de ressonâncias magnéticas que avaliaram a atividade cerebral e saúde dos participantes do estudo. As informações coletadas também consideraram idade, sexo, estado de tabagismo, grau de educação, índice de massa corpórea (IMC) e pressão arterial.

Os resultados mostraram que qualquer nível de consumo alcoólico seria capaz de reduzir a massa cinzenta do cérebro, conjunto de células neurais envolvidas em ações como a fala e o controle dos músculos, e também a memória. Em pessoas com maior pressão arterial e alto IMC, o risco de danos relacionados ao álcool observado foi mais frequente.

Quanto aos diferentes tipos de bebidas, não foram encontradas evidências de efeitos distintos causados por vinho, cerveja ou destilados. “Não há um nível de tolerância para danos — qualquer álcool é prejudicial”, afirmou Anya Topiwala, autora principal do estudo, ao The Guardian. “Quase todo o cérebro parece ser afetado, não apenas áreas específicas como se pensava anteriormente.”