• Redação Galileu
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pulmão, pulmões (Foto: kalhh/Pixabay)

Maioria dos pulmões se recupera após Covid-19, conclui estudo (Foto: kalhh/Pixabay)

Um estudo realizado pelo centro médico da Universidade de Radboud, na Holanda, e publicado no periódico Clinical Infectious Diseases em 21 de novembro, mostra que o tecido pulmonar de pacientes que sofreram gravemente de Covid-19 tem boa recuperação na maioria dos casos. 

A pesquisa, liderada pelo pneumologista Bram van den Borst, incluiu 124 pacientes que se recuperaram de infecções agudas causadas pelo novo coronavírus. Eles visitaram a clínica pós-tratamento e foram examinados por tomografia computadorizada e outros exames. Após três meses, os pesquisadores fizeram um balanço que revelou uma boa recuperação nos pulmões. O dano residual foi geralmente limitado e é mais frequentemente observado em pacientes que foram tratados na UTI.

Os pacientes foram divididos em três categorias para o estudo: um grupo de internados na UTI, outro de internados na enfermaria no hospital e, finalmente, um grupo com pacientes que puderam ficar em casa, mas apresentaram sintomas persistentes que justificaram seu encaminhamento ao médico de família.

As queixas mais comuns após três meses são fadiga, falta de ar e dores no peito. Muitas pessoas ainda experimentam limitações em sua vida diária, bem como uma diminuição da qualidade de vida. "Os padrões que vemos nesses pacientes mostram semelhanças com a recuperação após pneumonia grave ou síndrome da angústia respiratória aguda, na qual o fluido se acumula nos pulmões", explica pesquisador van den Borst em nota. "A recuperação dessas condições também geralmente leva um muito tempo". Para ele, é animador ver que os pulmões apresentam recuperação após terem sido infectados pelo Sars-CoV-2.

O estudo também revelou que os pacientes que foram encaminhados por causa de seus sintomas persistentes para uma clínica de tratamento após a infecção apresentaram a pior recuperação no período.

"No entanto, parece que existe um subgrupo claro de pacientes que inicialmente experimentaram sintomas leves do coronavírus e, posteriormente, continuaram com queixas e limitações persistentes de longo prazo", diz van den Borst. "O que é surpreendente é que quase não encontramos anomalias nos pulmões desses pacientes. Considerando a variedade e gravidade das queixas e o tamanho desse subgrupo, há uma necessidade urgente de novas pesquisas sobre explicações e opções de tratamento."