• Redação Galileu
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Vacina BCG é segura e não aumenta risco de Covid-19, conclui estudo (Foto: Pexels)

Vacina BCG é segura e não aumenta risco de Covid-19, conclui estudo (Foto: Pexels)

Desde que a pandemia de Covid-19 se instaurou, diversas informações falsas associaram a vacina BCG à doença causada pelo novo coronavírus. Houve quem acreditasse que, por ter tomado essa vacina, estaria imune contra o Sars-CoV-2; mais recentemente, se disseminou a ideia de que o imunizante, na verdade, pioraria o quadro da doença. 

Em relação a essa última corrente de fake news, uma pesquisa conduzida pela Universidade Radboud, na Holanda, concluiu que a BCG é segura e não aumenta o risco de Covid-19. Os resultados do estudo foram publicados na última quarta-feira (5) no periódico Cell Reports Medicine.

A vacina BCG foi originalmente desenvolvida contra a tuberculose, mas tem um efeito estimulante geral no sistema imunológico. Por isso, ajuda na prevenção de outras doenças infecciosas. 

O estudo 300BCG, como foi chamado, considerou um grupo de voluntários que recebeu a vacina entre abril de 2017 e junho de 2018 e outro que não tomou o imunizante. O objetivo desse trabalho era determinar a diferença na resposta imune das pessoas de uma forma geral, mas, com a pandemia de Covid-19, os cientistas decidiram incluir a infecção pelo novo coronavírus na análise.

Comparando os dois grupos, os cientistas perceberam que aqueles que receberam a vacina BCG não apresentaram mais sintomas, tampouco adoeceram com mais frequência. No caso dos que tiveram Covid-19, o quado não evoluiu para a forma grave. Além disso, o estudo indica que menos voluntários vacinados desenvolveram a infecção pelo novo coronavírus — e, se desenvolveram, a incidência de fadiga extrema foi menor.

Os pesquisadores destacam que os resultados eram esperados, dados os efeitos bem conhecidos do imunizante em pessoas saudáveis. "É muito importante confirmar que alguém vacinado com a BCG não apresenta nenhum aumento dos sintomas durante a pandemia de Covid-19", disse Mihai Netea, coautor do estudo, em comunicado.

O especialista também destaca que o estudo tem limitações e não significa que a BCG protege contra o novo coronavírus. "Embora vejamos menos casos nas pessoas que foram vacinadas com a BCG, apenas os estudos (...) em andamento podem determinar se essa vacina pode ajudar contra a Covid-19", ponderou Netea.