• Redação Galileu
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Testar Covid-19 no início da infecção aumenta risco de falso negativo (Foto: Unsplash/CDC)

Testar Covid-19 no início da infecção aumenta risco de falso negativo (Foto: Unsplash/CDC)

Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, concluíram que testar pessoas para a Covid-19 no início da infecção por Sars-CoV-2 aumenta as chances de obter um resultado falso negativo. Os cientistas publicaram um artigo descrevendo o achado em meados de maio, no periódico Annals of Internal Medicine.

Uma das várias maneiras de avaliar se uma pessoa está ou não infectada pelo novo coronavírus é através de um método chamado de reação em cadeia da polimerase com transcriptase reversa (RT-PCR). Esse teste busca por traços do material genético do Sars-CoV-2 o organismo de quem está sendo testado.

Entretanto, conforme mostrado em testes para outros microrganismos, como o vírus da gripe, se a amostra for coletada da forma incorreta ou se a carga viral for muito baixa no corpo da pessoa, os testes podem produzir falsos negativos. "Um teste negativo, independentemente de uma pessoa ter ou não sintomas, não garante que não esteja infectado pelo vírus", afirmou Lauren Kucirka, médica residente e principal autora da pesquisa, em declaração à imprensa. "Como reagimos e interpretamos um teste negativo é muito importante porque colocamos outras pessoas em risco quando assumimos que o teste é perfeito."

Para a nova análise, os pesquisadores da Johns Hopkins Medicine revisaram os dados dos testes RT-PCR de sete estudos publicados anteriormente que cobriram um total de 1330 amostras. Segundo os cientistas, as amostras foram coletadas de uma grande variedade de indivíduos, incluindo pacientes hospitalizados e aqueles identificados por rastreamento de contato.

Os pesquisadores, então, compararam os resultados dos exames com o tempo que essas pessoas demoraram para testar positivo para a Covid-19. De acordo com a equipe, estima-se que aqueles testados para Sars-CoV-2 nos quatro dias após a infecção tinham 67% mais chances de apresentar resultados negativos, mesmo tendo o vírus.

Entre os pacientes que tinham o novo coronavírus e apresentavam sintomas de infecção, a taxa de falsos negativos era de 38%. O teste teve o melhor desempenho oito dias após a infecção (em média, três dias após o início dos sintomas). Ainda assim foi observada uma taxa de 20% de resultados falsos negativos.

Tendo isso em vista, Kucirka acredita que os profissionais da saúde tem de prestar atenção principalmente nos sintomas dos pacientes. Ela ainda ressalta que "à medida que desenvolvemos estratégias para reabrir serviços, empresas e outros locais que dependem de testes e rastreamento de contatos, é importante entender as limitações desses testes", disse.