• Redação Galileu
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Impressão artística das ondas de vorticidade retrógradas de alta frequência (HFR), que surgem perto do equador do Sol (Foto: NYU Abu Dhabi)

Impressão artística das ondas de vorticidade retrógradas de alta frequência (HFR), que surgem perto do equador do Sol (Foto: NYU Abu Dhabi)

Cientistas descobriram um misterioso tipo de ondas se movendo no Sol a uma velocidade impressionante, que ultrapassa três vezes o que é previsto pela ciência. O resultado está em um estudo publicado em 24 de março na revista Nature Astronomy.






Esses sinais que superam a teoria da hidrodinâmica, ramo que estuda as propriedades dos movimentos dos fluidos, são chamados de ondas retrógradas de alta frequência (HFR). Para estudá-las, os pesquisadores consultaram 25 anos de dados especiais e terrestres.

O estudo foi liderado por cientistas da Universidade de Nova York, no campus internacional de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, em colaboração com o Tata Institute of Fundamental Research (TIFR). Os especialistas dizem que as HFRs se movem na direção oposta da rotação do Sol, em um padrão de movimentos giratórios em sua superfície.

É possível supor que o que poderia conduzir a alta velocidade das ondas seriam interações complexas entre outras ondas e magnetismo, gravidade ou convecção. Mas os pesquisadores não acreditam que este seja o caso.

“Se as ondas HFR pudessem ser atribuídas a qualquer um desses três processos, a descoberta teria respondido a algumas perguntas em aberto que ainda temos sobre o Sol”, explica Chris S. Hanson, líder do estudo em comunicado. “No entanto, essas novas ondas não parecem ser o resultado desses processos, e isso é empolgante porque leva a um novo conjunto de perguntas.”






Shravan Hanasoge, coautor do artigo, também vê os achados com fascínio: “a própria existência dos modos das HFR e sua origem é um verdadeiro mistério e pode aludir à física emocionante em jogo”, ele diz.

Hanasoge afirma ainda que as ondas podem nos oferecer uma visão sobre o interior do Sol. A parte de dentro desse astro, assim como a de outras estrelas, não pode ser fotografada por astrônomos, seja com óptica ou raios-x. Então, os cientistas contam com as “assinaturas” de diversas ondas para obter essas imagens — e as HFR não podem ficar fora disso.