• Redação Galileu
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Metano pode ser a primeira indicação detectável de vida além da Terra em planetas rochosos (Foto:  Will Truettner/ Unsplash   )

Metano pode ser a primeira indicação detectável de vida além da Terra em planetas rochosos (Foto: Will Truettner/ Unsplash )

Se há uma busca frequente na comunidade científica, essa é a da confirmação de vida fora da Terra. Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, nos Estados Unidos, estabeleceram que, apesar do gás metano poder ser gerado a partir de processos não biológicos, é muito possível que ele seja uma bioassinatura — indicativo de atividade biológica — quando encontrado em abundância na atmosfera.

Publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences em 28 de março, o estudo avalia a possibilidade do metano ser considerado uma bioassinatura a partir de sua instabilidade na atmosfera. Como as reações fotoquímicas (reações influenciadas pela incidência de luz ou por radiação eletromagnética) destroem o metano atmosférico, ele deve ser constantemente reabastecido para manter níveis elevados.

A questão é: fontes não biológicas não seriam capazes de produzir tanto metano sem também gerar outras substâncias rastreáveis. A liberação de gases de vulcões, por exemplo, adicionaria metano e monóxido de carbono à atmosfera, enquanto a atividade biológica tende a consumir o monóxido de carbono rapidamente.

O estudo avalia a possibilidade do metano como bioassinatura a partir da sua instabilidade na atmosfera (Foto: Ryan Arnst/ Unsplash)

O estudo avalia a possibilidade do metano como bioassinatura a partir da sua instabilidade na atmosfera (Foto: Ryan Arnst/ Unsplash)

“Se você detectar muito metano em um planeta rochoso, normalmente é necessária uma fonte enorme para explicar isso”, disse o coautor do estudo, Joshua Krissansen-Totton, do Departamento de Astronomia e Astrofísica da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, em comunicado. “Sabemos que a atividade biológica cria grandes quantidades de metano na Terra, e provavelmente também na Terra primitiva, porque produzir metano é uma coisa bastante fácil de fazer metabolicamente”.

O estudo também enfatiza que é necessário considerar todo o contexto do planeta para avaliar se há presença de bioassinaturas. Os pesquisadores concluíram que, para um planeta rochoso orbitando uma estrela com características parecidas com as do Sol, o metano atmosférico é mais provável de ser considerado uma forte indicação de vida se for mais abundante do que o monóxido de carbono, por exemplo.

Um dos objetivos desse estudo é fornecer diretrizes para avaliar a viabilidade das bioassinaturas de metano. Isso envolve considerar uma variedade de possibilidades para "falsos positivos" na interpretação da presença de metano ser considerada um indicativo de atividade biológica.

"Há duas coisas que podem dar errado: você pode interpretar mal algo como uma bioassinatura e obter um falso positivo, ou pode ignorar algo que é uma bioassinatura real", observa Krissansen-Totton. "Com este artigo, queríamos desenvolver uma estrutura para ajudar a evitar esses dois erros potenciais com o metano".

A pesquisa é também particularmente notável porque o metano é um dos sinais de vida em potencial que poderiam ser facilmente detectados pelo Telescópio Espacial James Webb, que deve começar suas observações até o final de 2022.