• Redação Galileu
Atualizado em
Impressão artística de um raro evento de fusão entre duas estrelas anãs brancas (Foto: Nicole Reindl)

Impressão artística de um raro evento de fusão entre duas estrelas anãs brancas (Foto: Nicole Reindl)

Um novo tipo de estrela coberta por cinzas resultantes da queima do hélio foi detectada por astrônomos alemães. A descoberta do astro está detalhada em uma pesquisa publicada no último sábado (12), no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.






Diferentemente das outras estrelas, as do novo tipo não têm suas superfícies compostas por hidrogênio e hélio, mas estão cobertas por carbono e oxigênio — ingredientes que compõem as cinzas do hélio.

Os novos astros têm temperaturas e raios que indicam que ainda estão queimando o hélio em seus núcleos. O curioso é que isso é só tipicamente visto em estrelas mais evoluídas do que as observadas pelos astrônomos.

“Normalmente, esperamos que estrelas com essas composições de superfície já tenham terminado de queimar hélio em seus núcleos e estejam a caminho de se tornarem anãs brancas”, explica Klaus Werner, líder da pesquisa e professor na Universidade de Tübingen, na Alemanha, em comunicado.

A origem dos astros

Em outro estudo, um grupo de pesquisadores da Universidade de La Plata, na Argentina, e do Instituto Max Planck de Astrofísica, na Alemanha, levantou uma hipótese que pode explicar a formação das novas estrelas: um evento incomum de fusão estelar. 

A junção envolve duas anãs brancas, astros pequenos e densos que são restos de estrelas maiores. As fusões entre eles ocorrem em sistemas binários próximos, por causa do encolhimento da órbita devido à emissão de ondas gravitacionais.






Mas não é normal que as anãs brancas levem à formação de estrelas enriquecidas em carbono e oxigênio, conforme explica Miller Bertolami, do Instituto de Astrofísica de La Plata. Ele diz que isso ocorre em sistemas binários formados com massas muito específicas. 

Nenhum modelo atual sobre a evolução das estrelas pode explicar completamente as cobertas com cinza. A equipe precisa de métodos mais refinados para confirmar se as fusões podem realmente acontecer entre anãs brancas. Isso poderá trazer uma visão mais profunda do desenvolvimento tardio dos sistemas binários.