• Redação Galileu
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Telescópio TBT2 tem como objetivo monitorar o céu e identificar asteroides potencialmente perigosos (Foto: Divulgação/ESO)

Telescópio TBT2 tem como objetivo monitorar o céu e identificar asteroides potencialmente perigosos (Foto: Divulgação/ESO)

Uma bola de fogo cruza o céu e deixa um rastro luminoso atrás dela. A imagem é seguida por um alto estrondo e um clarão que impressionam habitantes de uma província na Rússia. A cena, que poderia ser de um filme, realmente aconteceu em 2013 e deixou cerca de 1,6 mil pessoas feridas na cidade de Chelyabinsk, a 1.500 quilômetros de Moscou.

O objeto era um meteoro que se desintegrou perto da superfície da Terra e liberou energia suficiente para estilhaçar vidros e destruir telhados. Este episódio nos lembra que, apesar de raros, impactos de asteroides sobre o nosso planeta não são impossíveis. Com o intuito de aumentar a capacidade de identificação de objetos próximos à Terra, cientistas construíram o Test-Bed Telescope 2 (TBT2) no Chile.

Já em operação no Observatório de La Silla, o telescópio faz parte de uma colaboração entre o Observatório Europeu do Sul e a Agência Espacial Europeia — o ESO e a ESA, respectivamente, nas siglas em inglês. O TBT2 se une ao TBT1, seu parceiro localizado em Cebreros, na Espanha, para aprimorar as buscas por asteroides que podem representar um perigo para a Terra.

Registro da instalação da estrutura do TBT2 no Observatório de La Silla (Foto: Divulgação/ESO)

Registro da instalação da estrutura do TBT2 no Observatório de La Silla (Foto: Divulgação/ESO)

Os telescópios são os precursores da rede Flyeye, projeto da ESA que está em desenvolvimento e também pretende, de forma inteiramente robótica, rastrear e seguir objetos que se deslocam rapidamente no céu. “Para ser capaz de calcular o risco representado por objetos potencialmente perigosos no Sistema Solar, primeiro temos que fazer um censo desses objetos. O projeto TBT é um importante passo nessa direção”, afirma Ivo Saviane, gerente no Observatório do ESO no Chile, em comunicado. O TBT foi planejado para confirmar o funcionamento do software e hardware dos telescópios.

TBT e Flyeye compõem um programa de mapeamento do céu, que ajudará muito na identificação de objetos menores — embora eles tenham menor potencial de danos do que grandes asteroides, são mais difíceis de detectar.

O mais novo telescópio de 56 centímetros foi instalado com a segurança necessária para um contexto de pandemia. Em 2020, as atividades dos observatórios do ESO foram temporariamente interrompidas por causa da Covid-19, mas já reiniciaram, seguindo os protocolos exigidos.