• Redação Galileu
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A cabeça de mármore tomada por algas foi descoberta em 2022 e pode pertencer a uma estátua antiga (Foto: Nikos Giannoulakis -  Antikythera Press Release)

A cabeça de mármore tomada por algas foi descoberta em 2022 e pode pertencer a uma estátua antiga (Foto: Nikos Giannoulakis - Antikythera Press Release)

Mesmo após quase 2 mil anos do famoso naufrágio em Anticítera, alguns achados recentes na embarcação romana afundada na costa da Grécia ainda são relevantes. Um deles seria a cabeça de uma estátua de mármore conhecida como Hércules de Anticítera, segundo anúncio feito nesta segunda-feira (20) no site do projeto Return to Antikythera ("Retorno a Anticítera"), atualmente coordenado pela Universidade de Genebra, na Suíça.

O antigo navio de mercadorias está localizado a noroeste da ilha de Creta, na costa de  Anticítera. Ele teria afundado ali ainda na primeira metade do século 1 a.C., após colidir contra rochas. Popularmente chamado de “desastre de Anticítera”, a embarcação conta com quase 40 metros de comprimento e vem sendo estudada desde 1900, época em que o resto do corpo da estátua foi encontrado.

Cabeça da escultura que seria de Hércules (Foto: Orestis Manousos)

Cabeça da escultura que seria de Hércules (Foto: Orestis Manousos)

O navio também é conhecido por ter um dispositivo que os cientistas acreditam ser um computador analógico. Chamado de Máquina de Anticítera, ele era usado para prever eclipses e rastrear os movimentos do Sol, da Lua e estrelas.

Imagem da Máquina de Anticítera  (Foto: Wikimedia Commons / Zde)

Imagem da Máquina de Anticítera (Foto: Wikimedia Commons / Zde)

Conduzida pela Escola Suíça de Arqueologia, a investigação ocorreu entre 23 de maio e 15 de junho de 2022. Trata-se da segunda etapa da pesquisa arqueológica submarina do naufrágio, projeto que se estenderá até 2025. O programa visa formular um entendimento mais claro e apurado sobre o navio, assim como de sua rota, carga e condições dos destroços.

Entre os novos achados está uma cabeça de mármore que seria da escultura do herói greco-romano. Os arqueólogos conseguiram resgatar também dois dentes humanos que, após análises genéticas e isotópicas, devem ajudar a entender mais sobre as pessoas que embarcaram no navio há dois milênios.

Objetos como pregos e colares, além de resquícios da base de uma outra estátua – ainda não identificada –, também estão listados nas novas descobertas. 

A localização exata e o contexto arqueológico de cada achado foram documentados com precisão durante a escavação e serão integrados ao modelo 3D do local que está em desenvolvimento. "Amostras de sedimentos foram coletadas em áreas pré-determinadas do fundo do mar, permitindo uma microanálise que levará a um melhor conhecimento das dimensões e posição precisa do naufrágio", diz o site do projeto.