• Redação Galileu
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Centenas de possíveis grandes poços pré-históricos foram encontrados no Stonehenge  (Foto: steve p2008/Flickr)

Centenas de possíveis grandes poços pré-históricos foram encontrados no Stonehenge (Foto: steve p2008/Flickr)

O famoso monumento pré-histórico de Stonehenge tem revelado cada vez mais segredos — seja sobre sua própria origem ou sobre o que está nas proximidades. Desta vez, pesquisadores descobriram milhares de poços ocultos circundando a estrutura. Os resultados foram publicados em 9 de maio no periódico Journal of Archaeological Science.






O Stonehenge é uma prova da presença de caçadores-coletores do início do Mesolítico na Grã-Bretanha, época na qual a localidade foi reabitada após a última Idade do Gelo. Os especialistas realizaram uma extensa indução eletromagnética na paisagem da estrutura, além de 20 escavações direcionadas e análises geradas por computador de milhares de características do subsolo.

Foi como realizar “biópsias” arqueológicas, conta Philippe De Smedt, primeiro autor da pesquisa. “O levantamento geofísico nos permite visualizar o que está enterrado abaixo da superfície de paisagens inteiras”, afirma o especialista em comunicado. “Os mapas que criamos oferecem uma visão de alta resolução da variação do solo subterrâneo que pode ser direcionada com precisão sem precedentes.”

Um grande poço com mais de 4 metros de largura e 2 metros de profundidade é o mais antigo vestígio de uso da terra já descoberto em Stonehenge (Foto: Universidade de Birmingham)

Um grande poço com mais de 4 metros de largura e 2 metros de profundidade é o mais antigo vestígio de uso da terra já descoberto em Stonehenge (Foto: Universidade de Birmingham)

Entre as descobertas, está um poço com mais de 4 metros de largura e 2 metros de profundidade, considerado o mais antigo vestígio de uso da terra já descoberto no monumento de mais de 10 mil anos. Também foram descobertos 400 grandes poços, cada um com mais de 2,5 metros de diâmetro.

Do total, seis foram escavados no decorrer do projeto, que concluiu que eles datam do início do Mesolítico (8 mil a.C.) à Idade do Bronze Média (1,3 mil a.C.). Um poço mesolítico se destacou como excepcional, pois seu tamanho e forma sugerem que ele serviu como armadilha de caça para grandes animais, como auroques, veados e javalis.

mapeamento dos fossos revelou ainda que eles estão em um local repetidamente revisitado ao longo de milênios, sobretudo na parte mais alta a leste e ao oeste de Stonehenge. Acredita-se que os contextos sociais dos poços mudou radicalmente com o passar do tempo.





“Os vestígios que vemos em nossos dados abrangem milênios, conforme indicado pelo período de sete mil anos entre os poços pré-históricos mais antigos e os mais recentes que escavamos”, diz Paul Garwood, professor de Pré-História da Universidade de Birmingham, envolvido na pesquisa.

Conforme destaca Nick Snashall, arqueólogo do Stonehenge & Avebury World Heritage Site, a equipe revelou algumas das primeiras evidências de atividade humana em Stonehenge. “A descoberta do maior poço do Mesolítico Antigo conhecido no noroeste da Europa mostra que este era um lugar especial para comunidades de caçadores-coletores milhares de anos antes das primeiras pedras serem erguidas”, conta o estudioso.