• Redação Galileu
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O rei Etelredo II, que governava a Inglaterra, ordenou um massacre de dinamarqueses no ano de 1002  (Foto: Nationalmuseet/Facebook/Reprodução)

O rei Etelredo II, que governava a Inglaterra, ordenou um massacre de dinamarqueses no ano de 1002 (Foto: Nationalmuseet/Facebook/Reprodução)

Esqueletos de dois vikings aparentados que estavam separados desde que morreram, há mais de mil anos, foram reunidos nesta quarta-feira (9), no Museu Nacional da Dinamarca. Análises de DNA apontaram o parentesco dos guerreiros, que podem ser meio-irmãos, avô e neto ou tio e sobrinho.

Os dois morreram em localidades distantes. O primeiro faleceu aos 20 anos e foi encontrado em uma vala comum em Oxford, na Inglaterra, em 2008. Ele apresentou indícios de que foi espetado por flechas nas costas e de que teve lesões no crânio causadas por machados ou espadas.

Na vala comum onde o jovem estava, havia também outros 35 homens que foram brutalmente assassinados. Em uma publicação no Facebook, o Museu Nacional da Dinamarca explicou que o rei Etelredo II, que governou a Inglaterra entre 978 e 1013, ordenou o massacre de todos os dinamarqueses que viviam em território britânico.

Análises de DNA apontaram que os guerreiros são irmãos ou tio e sobrinho (Foto: Nationalmuseet/Facebook/Reprodução)

Análises de DNA apontaram que os guerreiros são irmãos ou tio e sobrinho (Foto: Nationalmuseet/Facebook/Reprodução)

“As guerras acenam para trás e para a frente, e o jovem viking dinamarquês tornou-se, assim, uma vítima nessa luta. Podemos dizer que ele foi forte e que teve trabalho físico duro”, informou a instituição, acrescentando que o guerreiro tinha um problema ocular por falta de vitamina e sinais de inflamação causados por feridas ou por um acidente vascular cerebral.

O segundo falecido, cujos restos mortais estavam no sítio arqueológico de Otterup, na Dinamarca, tinha cerca de 50 anos de idade. Sua dentição estava desgastada e ele apresentava sinais de que tinha uma doença pulmonar. Fora que o indivíduo também demonstrava marcas de golpes, que sugerem que foi alvo de espadas em batalhas.

Crânio de guerreiro viking no Museu Nacional da Dinamarca (Foto: Nationalmuseet/Facebook/Reprodução)

Crânio de guerreiro viking no Museu Nacional da Dinamarca (Foto: Nationalmuseet/Facebook/Reprodução)

O guerreiro mais velho era um agricultor e se alimentava de carnes e peixes. Seus últimos anos de vida foram difíceis, pois ele sofria possivelmente de tuberculose, tinha artrite e uma lesão na perna. “Ele também tem uma lesão feroz na pélvis esquerda, que pode ter sido causada por uma espada adequada. Uma ferida desse tipo pode ter custado a vida dele”, conta o museu.

Para que os esqueletos dos dois guerreiros vikings fossem reunidos, conservadores da instituição transportaram o mais jovem da Inglaterra até a Dinamarca, seu país natal. Os ossos vieram dentro de uma caixa com cuidados especiais e ele foi estudado por pesquisadores do Centro de Geo Genética da Universidade de Copenhague.

Esqueletos de dois parentes viking se reencontraram no Museu Nacional da Dinamarca (Foto: Nationalmuseet/Facebook/Reprodução)

Esqueletos de dois parentes viking se reencontraram no Museu Nacional da Dinamarca (Foto: Nationalmuseet/Facebook/Reprodução)






“Eles [os guerreiros], juntos, contam a própria história. Gostaríamos de enfatizar o fato dos vikings terem embarcado em comboios perigosos, sido saqueados, entrado em guerra e sido mortos, mas também cultivado seus campos e vivido como agricultores em sua terra natal”, explica o museu.

Uma exposição especial para exibir os dois vikings dinamarqueses está sendo organizada por museólogos. A previsão é que ela seja inaugurada em 26 de junho nas imediações do Museu Nacional da Dinamarca.

Especialista com esqueleto de um dos guerreiros dinamarqueses (Foto: Nationalmuseet/Facebook/Reprodução)

Especialista com esqueleto de um dos guerreiros dinamarqueses (Foto: Nationalmuseet/Facebook/Reprodução)