Arqueologia
300 tumbas são encontradas em necrópole dos séculos 1 e 2 na França
O local revela práticas funerárias de trabalhadores da Antiguidade, que depois da morte descansaram em recintos subdivididos conforme a classe social
1 min de leitura![Visão aérea da necrópole escavada na França (Foto: Denis Gliksman/Inrap) Visão aérea da necrópole escavada na França (Foto: Divulgação/Inrap)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/xN44M0LiGiQBTyY1Uytuy7hnz-c=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2021/04/13/dji_0049_0.jpg)
Visão aérea da necrópole escavada na França (Foto: Denis Gliksman/Inrap)
Arqueólogos encontraram uma necrópole com 300 tumbas durante escavações em Narbonne, no sudoeste da França. O espaço funerário se estende por 2 mil metros quadrados e data dos séculos 1 e 2 d.C, segundo divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisa Arqueológica Preventiva (Inrap).
O local está localizado em um cruzamento de duas estradas e é dividido em diversos recintos de alvenaria com subdivisões. Cada uma delas corresponde a um grupo social de indivíduos enterrados próximo a monumentos adornados com gessos pintados.
Em alguns desses monumentos, por sua vez, os arqueólogos notaram placas afixadas com epitáfios que documentavam a vida de trabalhadores como plebeus, escravos ou emancipados de origem italiana, por exemplo.
![Fragmentos de vasos e artefatos encontrados durante as escavações (Foto: Denis Gliksman/Inrap) Fragmentos de vasos e artefatos encontrados durante as escavações (Foto: Divulgação/Inrap)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/Sb5_Naa94AWh-GAyXiWjf49xxII=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2021/04/13/dsc1861_1.jpg)
Fragmentos de vasos e artefatos encontrados durante as escavações (Foto: Denis Gliksman/Inrap)
A maioria dos mortos havia sido cremada, uma vez que boa parte dos túmulos continha ossos queimados e depositados em recipientes. Também havia peças como jarras de vidro e cerâmica, que continham oferendas como perfumes e bebidas — possivelmente, vinho.
![Vasos encontrados na necrópole em Narbonne, no sudoeste da França (Foto: Denis Gliksman/Inrap) Vasos encontrados na necrópole em Narbonne, no sudoeste da França (Foto: Divulgação/Inrap)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/pk5oNJxYH3yL4C2GwRsMj7ILiY8=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2021/04/13/dsc1737.jpg)
Vasos encontrados na necrópole em Narbonne, no sudoeste da França (Foto: Denis Gliksman/Inrap)
Os pesquisadores do Inrap também descobriram frutas carbonizadas, incluindo tâmaras e figos, além de objetos pessoais e de higiene conservados em meio às cinzas. A descoberta se destaca pelo seu impressionante estado de preservação, que permitiu revelar práticas funerárias de milhares de anos.
Uma hipótese para explicar essa preservação fora do comum é que a necrópole foi erguida próximo ao rio Aude, no sul da França, em uma região onde fica o atual canal de la Robine. Acontece que o leito do rio acabou ficando protegido por uma camada de 3 metros de lodo, ao longo de inúmeras enchentes, que teriam eternizado o espaço funerário.
Não por acaso, a área de Narbonne foi um grande centro econômico do período da Antiguidade e um dos maiores portos do Mediterrâneo Ocidental, onde ficavam importantes rotas terrestres, marítimas e fluviais.
“A diversidade das estruturas funerárias, seu estado de preservação e a
sobreposição de pisos e túmulos tornam este local único na Gália, podendo ser
comparado apenas a locais na Itália, como Pompeia e Roma”, afirma o Inrap, em comunicado.