• Redação Galileu
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Visão aérea da necrópole escavada na França (Foto: Divulgação/Inrap)

Visão aérea da necrópole escavada na França (Foto: Denis Gliksman/Inrap)

Arqueólogos encontraram uma necrópole com 300 tumbas durante escavações em Narbonne, no sudoeste da França. O espaço funerário se estende por 2 mil metros quadrados e data dos séculos 1 e 2 d.C, segundo divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisa Arqueológica Preventiva (Inrap).

O local está localizado em um cruzamento de duas estradas e é dividido em diversos recintos de alvenaria com subdivisões. Cada uma delas corresponde a um grupo social de indivíduos enterrados próximo a monumentos adornados com gessos pintados.

Em alguns desses monumentos, por sua vez, os arqueólogos notaram placas afixadas com epitáfios que documentavam a vida de trabalhadores como plebeus, escravos ou emancipados de origem italiana, por exemplo.

Fragmentos de vasos e artefatos encontrados durante as escavações  (Foto: Divulgação/Inrap)

Fragmentos de vasos e artefatos encontrados durante as escavações (Foto: Denis Gliksman/Inrap)

A maioria dos mortos havia sido cremada, uma vez que boa parte dos túmulos continha ossos queimados e depositados em recipientes. Também havia peças como jarras de vidro e cerâmica, que continham oferendas como perfumes e bebidas — possivelmente, vinho.

Vasos encontrados na necrópole em Narbonne, no sudoeste da França (Foto: Divulgação/Inrap)

Vasos encontrados na necrópole em Narbonne, no sudoeste da França (Foto: Denis Gliksman/Inrap)

Os pesquisadores do Inrap também descobriram frutas carbonizadas, incluindo tâmaras e figos, além de objetos pessoais e de higiene conservados em meio às cinzas. A descoberta se destaca pelo seu impressionante estado de preservação, que permitiu revelar práticas funerárias de milhares de anos.

Uma hipótese para explicar essa preservação fora do comum é que a necrópole foi erguida próximo ao rio Aude, no sul da França, em uma região onde fica o atual canal de la Robine. Acontece que o leito do rio acabou ficando protegido por uma camada de 3 metros de lodo, ao longo de inúmeras enchentes, que teriam eternizado o espaço funerário.

Não por acaso, a área de Narbonne foi um grande centro econômico do período da Antiguidade e um dos maiores portos do Mediterrâneo Ocidental, onde ficavam importantes rotas terrestres, marítimas e fluviais.

“A diversidade das estruturas funerárias, seu estado de preservação e a
sobreposição de pisos e túmulos tornam este local único na Gália, podendo ser
comparado apenas a locais na Itália, como Pompeia e Roma”, afirma o Inrap, em comunicado.