• Redação Galileu
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Cientistas descobrem criança neandertal enterrada há 41 mil anos, foram analisados inúmeros restos fósseis das escavações dos anos 1970 (Foto: Reprodução/MNHN)

Cientistas descobrem criança neandertal enterrada há 41 mil anos, foram analisados inúmeros restos fósseis das escavações dos anos 1970 (Foto: Reprodução/MNHN)

Um estudo publicado na revista científica Scientific Reports nesta quarta-feira (9) reforça indícios da prática de sepultamento por neandertais — ainda questionada por especialistas. A equipe de cientistas comandada pelo francês Antoine Balzeau e pelo espanhol Asier Gómez-Olivencia estudou os restos de uma criança morta há 41 mil anos enterrados no importante sítio La Ferrassie, no sudoeste da França.

Para começar, o grupo reabriu os cadernos de escavação e revisou o material, revelando 47 novos ossos humanos não identificados durante uma pesquisa que aconteceu entre 1970 e 1973. Após realizarem uma análise minuciosa do estado de preservação, proteínas, genética e datação dos restos, os pesquisadores definiram que eles pertenciam a um mesmo esqueleto

Os ossos são de um menino neandertal de 2 anos de idade. Após a descoberta, os estudiosos voltaram a La Ferrassie na esperança de encontrar mais fragmentos do esqueleto. No entanto, embora nenhum novo osso tenha sido descoberto, eles foram capazes de reconstruir e interpretar a distribuição espacial dos restos humanos.

Reconstrução de como seria um enterro neandertal (Foto: Emmanuel Roudier)

Reconstrução de como seria um enterro neandertal (Foto: Emmanuel Roudier)

Os especialistas ressaltaram que os fósseis haviam sido enterrados em uma camada sedimentar. Os ossos, por sua vez, permaneceram em sua posição anatômica. Além disso, sua preservação indica um rápido sepultamento após a morte. Eles também identificaram quando foi que o neandertal morreu ao estudarem seu DNA mitocondrial: cerca de 41 mil anos — tornando-o um dos mais recentes vestígios já datados.

Essas informações provam que o corpo da criança foi propositalmente enterrado. Porém, a equipe acredita que novas descobertas serão necessárias para entender a cronologia e a extensão geográfica das práticas de sepultamento desses povos.