A menina tinha apenas 15 anos quando tudo aconteceu. Ela achava que menino "estava apaixonado" e não viu problema em enviar imagem
Bullying é coisa séria e precisa ser encarado como um problema de toda a sociedade. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o número de casos no Brasil é duas vezes maior do que a média internacional. E não é “mi-mi-mi”, exagero e nem frescura. Acontece que, geralmente, nomeia-se bullying situações que não poderiam ser classificadas assim. Na verdade, o termo só deveria ser usado quando são identificados três critérios ao mesmo tempo: repetitividade, intenção de causar mal-estar e desequilíbrio de poder. Em outras palavras, a violência precisa se repetir várias vezes, de propósito, contra um colega que está em desvantagem e sem condições de se defender.
Apesar de não ter uma idade prevalente, esse tipo de agressão é mais comum no terceiro, quarto e quinto ano do Ensino Fundamental. Também não há consenso sobre o índice de bullying entre meninos e meninas, mas estudos mostram que tende a ser verbal entre elas e físico, entre eles.
Nenhum fator isolado faz com que uma criança sofra bullying, mas existem características que, juntas, colocam algumas em maior risco. Quando são percebidas pelos colegas como “diferentes”, têm poucos amigos ou problemas de confiança, elas acabam virando alvos mais fáceis. Justamente por isso, é fundamental ter um canal de comunicação aberto em casa, para que o pequeno se sinta seguro e acolhido ao contar o que acontece na escola.
As crianças que assumem o papel de autoras da violência precisam de acolhimento, assim como aquelas que são alvo. Segundo a pedagoga Adriana de Melo Ramos, especialista em Psicologia Educacional e gestora da Convivere Mais (SP), elas normalmente sentem necessidade de rebaixar o outro porque têm uma imagem de si deturpada. “Se tanto o autor quanto o alvo têm uma questão sobre a própria imagem, um trabalho educativo precisa ser feito nesse sentido, para que superem essa condição de inferioridade.”
É claro que autoimagem não é o único fator que pesa na balança. As crianças que cometem esse tipo de violência também têm dificuldade de seguir regras e de lidar com frustrações. Um estudo da Academia Americana de Pediatria (AAP), feito com participantes de 6 a 17 anos, em 2019, mostrou que o clima familiar influencia nessa questão. Os resultados sugerem que, quando os pais são violentos ou não dialogam na hora de resolver os problemas, as crianças ficam mais propensas a repetir esse padrão e intimidar os colegas na escola.
Sem público, um espetáculo não acontece. A mesma lógica funciona para o bullying. A violência só vai dar as caras se os autores tiverem certeza que há outros colegas assistindo à cena. Assim sendo, as crianças são sempre as primeiras a identificar quando um aluno está sendo intimidado, antes da família ou da própria escola. Isso não significa, porém, que os pequenos saberão a melhor forma de agir.
• Mudanças comportamentais: oscilações de humor, dificuldade para dormir, inseguranças sobre a personalidade ou aparência e isolamento
• Sintomas físicos: dor de cabeça e estômago, enjoo, falta de ar ou de apetite e fingimento de doenças
• Problemas acadêmicos: queda no rendimento escolar, problema de concentração e resistência em ir para o colégio
Estudos mostram que o caminho é um só: diálogo, acolhimento e paciência. Ainda que a família exerça um papel importante, também é responsabilidade da escola ajudar nessa missão. Há oito anos, a Lei 13.185/2015 obriga os colégios a adotarem medidas de combate e prevenção ao bullying.
É preciso deixar claro que existe, sim, uma relação entre as duas coisas. Porém não é porque uma criança se suicidou que ela, necessariamente, sofria bullying. E nem toda criança que está envolvida com bullying vai apresentar comportamentos suicidas. Apesar disso, não devemos fechar os olhos para o problema ou menosprezar a questão.
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