A gravidez é uma experiência e tanto. Há quem goste e quem deteste (embora isso quase nunca signifique que a pessoa não ame ter filhos). Há ainda quem, por algum motivo, não possa gestar. Yessenia Latorre, 26, é do primeiro time: ela curte cada segundo dos nove meses. Mãe de Tyson, 5 anos, e de Trey, 3, ela ainda sofreu um aborto espontâneo entre os dois partos, ou seja, teve três experiências de gestações próprias.
![Yessenia, mãe de dois filhos, decidiu fazer barriga de aluguel para ajudar outras famílias — Foto: Reprodução/ The Sun](https://cdn.statically.io/img/s2-crescer.glbimg.com/QeYOFd8rtN1aZDcRLPGCmSbkrtU=/0x0:1233x763/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_19863d4200d245c3a2ff5b383f548bb6/internal_photos/bs/2023/K/v/4Q6YGZSbCUJnvBJ92Fpw/yessenia-barriga-de-aluguel.jpg)
Ela queria continuar engravidando, mas não pretendia mais ter filhos. Por isso, decidiu usar esse desejo em prol de famílias que desejam ter bebês, mas não podem gestá-los. Uma das inspirações foi sua perda gestacional. Foi assim que se tornou barriga de aluguel. Ela cede seu útero temporariamente, para a implantação de embriões gerados em laboratórios, e é paga por isso. A prática é permitida em países como os Estados Unidos, onde ela vive. No Brasil, só é possível sem o envolvimento de compensação financeira e, por isso, é chamada de barriga solidária.
Em outubro de 2021, Yessenia decidiu se inscrever em uma agência para se tornar uma barriga de aluguel. Em maio de 2022, conheceu um casal, recebeu a transferência dos embriões deles e logo engravidou. Ela conta que sentiu “orgulho” ao entregar o bebê à sua nova família. Ela deu à luz em março deste ano, mas já tem uma certeza: a de que pretende fazer isso novamente.
O relacionamento com a família para quem ela prestou “o serviço” é ótimo. Embora ela não tenha nenhum direito parental sobre a criança, eles mantêm contato e enviam fotos e informações sobre o desenvolvimento da criança com frequência. O casal é tão grato, que também costuma mandar flores, cartões de presente e até presentes de Natal para os filhos de Yessenia.
"Passar pelo meu aborto espontâneo me fez perceber que tantas mulheres têm problemas para engravidar”, disse ela, segundo o The Sun. "Existem tantas pessoas por aí que merecem ter filhos e sofrer aquele aborto me fez perceber que queria ajudar os outros. Sempre que penso no que faço, fico muito feliz”. diz ela. "Eu me considerei sortuda, pois engravidei imediatamente do meu segundo filho, mas sei que outras mulheres não têm o mesmo destino”, lembra.
"Sempre que recebo fotos do bebê ou presentes como forma de agradecimento, sinto muito orgulho e felicidade por ter conseguido realizar algo que mudou minha vida”, celebra ela, que é educadora e vive em Atlanta, Geórgia, Estados Unidos, com os dois filhos e o companheiro, Trey Murray, 27.
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Yessenia disse que estava "nervosa" para contar ao marido sobre o desejo de engravidar de outras pessoas no início. "Você tem que ter o apoio do seu parceiro. Mas meu marido foi legal. Quando falei com ele, expliquei como tantas pessoas não podem ter filhos. Expliquei como perdi a gravidez - ele me apoiou muito e disse que estava surpreso por eu fazer tudo isso por um estranho”, relata.
"As barrigas de aluguel estão em alta demanda, há uma barriga de aluguel por aí para cada 10 famílias que precisam de uma”, destaca. "Para mim não é estranho, sempre que penso no que fiz, fico muito feliz. Sempre que recebo uma foto do bebê, sinto muito orgulho e felicidade por ter conseguido realizar algo que mudou minha vida”, completa.
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