Saúde
 

Por Amanda Oliveira — São Paulo


O aumento de casos de covid-19 em vários países tem deixado o mundo em alerta. Dessa vez, uma nova subvariante da ômicron, conhecida como BQ.1, tem preocupado os especialistas. Ela já foi identificada na Europa, Estados Unidos e inclusive no Brasil. Em meio a esse cenário, laboratórios privados no Brasil já alertaram para o crescimento do número de testes positivos para SARS-CoV-2, nas últimas semanas de outubro.

Estamos vivendo uma nova onda de covid? Bom, segundo o infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), é natural que novas variantes surjam. Afinal, o vírus sempre está mudando. No entanto, nem sempre todas as variantes que circulam se traduzem em novas ondas. “Além de ter maior transmissibilidade, ela precisa encontrar uma população vulnerável para que se dissemine. É o que está acontecendo aqui. Já tem um tempo desde a última vacinação em massa e as pessoas não estão mais usando máscara”, explica o especialista.

Aumento de casos de covid-19 — Foto: Crescer
Aumento de casos de covid-19 — Foto: Crescer

O infectologista ressalta que é possível que a nova subvariante escape da proteção da vacina para casos leves e isso se reflita no aumento do número de infectados. No entanto, para prevenir contra formas graves da doença, os imunizantes disponíveis ainda são bem eficazes. Vale lembrar que a Pfizer já submeteu à Anvisa a sua vacina que protege contra a ômicron e isso elevaria a proteção contra a doença.

Kfouri reforça que é importante que todas as pessoas acima de 12 anos tenham tomado as três doses da vacina e as crianças de 5 a 11 anos estejam com as duas doses em dia. “O aparecimento de uma variante experimenta um aumento de casos. A BQ .1 pode ser a nova protagonista entre nós, mas indivíduos adequadamente vacinados não terão prejuízos de proteção para as formas mais graves da covid-19. O esquema vacinal completo continua altamente eficiente”, aponta o médico.

Casos de covid-19 no Brasil

No último sábado (5), o Brasil registrou, segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, 1.077 novos casos e seis mortes por covid-19 em 24 horas. Os dados dessa data não incluíram o número de casos e mortes do Acre, da Bahia, do Distrito Federal, do Maranhão, de Minas Gerais, do Mato Grosso do Sul, de Mato Grosso, da Paraíba, de Pernambuco, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Norte, de Roraima, de São Paulo e de Tocantins. Ao todo, desde o início da pandemia, foram registrados 34.851.450 casos e 688.348 óbitos pela doença.

Em relação aos pequenos, no estado de São Paulo, nos últimos 15 dias, os hospitais públicos Darcy Vargas e Cândido Fontoura, referências para atendimento pediátrico, registraram um aumento nos atendimentos para síndromes gripais. No entanto, apenas uma criança está na UTI devido à covid-19, no Hospital Darcy Vargas. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, os principais diagnósticos são de casos gripais envolvendo, basicamente, febre, tosse, coriza, dor de garganta e chiado no peito. Atualmente, o estado conta com 580 leitos pediátricos de enfermaria voltados para covid-19, com 39% de ocupação, e cerca de 290 leitos de UTI do mesmo tipo, com ocupação de 38%.

Na rede privada, no Hospital Sabará (SP), a positividade de teste para covid-19 aumentou de 2% para 4% nas últimas duas semanas epidemiológicas. Já em Santa Catarina, o cenário é de queda de casos de covid-19 entre as crianças. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde do estado, em outubro, o número de internações de crianças menores de 12 anos foi de 16 contra 7 em setembro. Já em relação aos casos confirmados de covid-19 entre os menores de 12 anos, foram 53 em outubro e 74 em setembro. Já no Hospital Pequeno Príncipe (PR), apenas duas internações por covid-19 foram registradas em outubro, menos que em setembro, quando foram registradas 11.

Em relação à população geral, o estado de Pernambuco também informou que registrou, na última semana do mês de outubro, um aumento na procura por testes e também na positividade para a covid-19 nos centros de testagem estaduais. Na semana epidemiológica (SE) 43, que vai de 23 a 29 de outubro, foi observado uma positividade de 11,8%. Neste período, dos 440 testes rápidos de antígeno realizados nos pontos do TestaPE, 52 deram positivo para o novo coronavírus. Na semana anterior (SE 42), a positividade girou em torno de 4,1% – das 362 amostras coletadas, apenas 15 confirmaram para a doença. A CRESCER solicitou os dados sobre os casos de covid-19 entre as crianças, mas até o fechamento desta reportagem não obteve retorno.

Celso Granato, infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury, também apontou que 30% dos testes para detectar a covid-19 foram positivos nas clínicas do grupo na última sexta-feira (4). Além disso, há um mês, o laboratório fazia em torno de 200 exames diários para a enfermidade. Agora, esse número cresceu para 600. “Não só a positividade aumentou como também o número de solicitações”, ressalta o médico. O especialista disse, ainda, que não há um recorte para a população pediátrica, mas que ele vem notando uma aumento de casos entre as crianças.

Entre os motivos para o surgimento de novos casos, o infectologista destaca o relaxamento do uso de máscara, a baixa taxa de vacinação de crianças pequenas, além do surgimento de novas variantes. O médico menciona que o país já teve outros picos semelhantes a esse com a entrada da ômicron, posteriormente com a disseminação das subvariantes da ômicron BA.2, BA.4 e depois a BA.5. “Toda vez que tivemos uma alta como essa agora é que tinha entrado uma variante nova”, afirma o médico.

Um levantamento realizado pelo laboratório Dasa também apontou um novo aumento nos índices de positividade para a covid-19 nas mais de 980 unidades da rede. Segundo a empresa, a procura por testes para a doença aumentou quase 32% comparando as semanas de 10 a 16 de outubro, em relação à última semana do mês (de 24 a 30).

A média semanal de resultados positivos em todas as unidades do país passou de 5,64% entre os dias 10 e 16 de outubro para 21,14%, na semana de 24 a 30 de outubro – o que representa um aumento de 274%. O Rio de Janeiro se destaca com o maior percentual de casos positivos, com 31,85% de positividade na última semana de outubro (entre os dias 10 e 16, o índice foi de 10%, aumento de 218%). Em São Paulo, nesta última semana do levantamento, a positividade foi de 21,47%, ante os 5,15% da semana de 10 a 16 de outubro. As regiões Nordeste e Sul também apresentaram aumentos nos índices: 2,78% contra 14,69% (NE) e 7,94% para 13,20%, sempre comparando as semanas de 10 a 16 com 24 a 30 de outubro.

A média de volume de testes realizados em todas as unidades do Brasil apresentou aumento de 32%, comparando as semanas de 10 a 16 com 24 a 30 de outubro. A maior alta regional foi em RJ, com aumento no volume de testes de 57%, seguido por SP, com alta de 36,61%.

Nova subvariante BQ.1

O crescimento de casos de covid-19 também tem preocupado autoridades internacionais. O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) informou que pelo menos cinco países da União Europeia detectaram a circulação da sublinhagem BQ.1. Segundo os especialistas, a previsão é de que essa variante se tornará a dominante em meados de novembro até o início de dezembro de 2022.

Nos Estados Unidos, duas variantes da cepa BQ (BQ.1 e BQ. 1.1) são projetadas para representar 35% das infecções do país, de acordo com uma previsão do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), informou o site Fortune Well. Segundo Eric Topol, professor de medicina molecular na Scripps Research, a cepa BQ provavelmente serviria como a principal força por trás da próxima onda de casos de covid-19 nos EUA.

Em meio ao risco da subvariante BQ.1, na China, o número de novas infecções atingiu a maior alta desde maio. O país registrou 4.420 novas infecções por covid-19 transmitidas localmente no sábado (5), mesmo em meio a restrições rígidas, informou o India Today.

A BQ.1 também já está presente no Brasil. De acordo com informações da Agência Brasil, foi identificada na cidade do Rio de Janeiro a circulação local dessa subvariante da ômicron. A Secretaria Municipal de Saúde informou que a confirmação ocorreu por meio de sequenciamento genético feito pela Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz). “No momento, a recomendação é para que aqueles que ainda não tomaram a dose de reforço da vacina contra a covid-19 procurem uma unidade de saúde a partir de segunda-feira (7), para concluir o esquema de imunização", alerta a secretaria municipal de Saúde.

Segundo Daniel Soranz, secretário municipal de Saúde do Rio, a subvariante pode estar relacionada com o aumento no número de casos verificada nas últimas semanas. “É uma subvariante que não tem nenhum sinal de maior gravidade do que outras subvariantes, mas merece toda atenção para aquela população que ainda não se vacinou. Então ,as pessoas que não tomaram a dose de reforço devem procurar uma unidade de saúde para realizar a dose de reforço, porque a vacina protege contra a subvariante para internação e para óbito”, ressalta Soranz.

“Uma análise dos últimos 15 dias realizada pela vigilância estadual apontou que a taxa de positividade dos testes de RT-PCR e antígeno para covid-19 tiveram aumento. A taxa de RT-PCR passou de 3% para 7% e a de antígeno, de 5% para 16%”, informou a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.

O Governo do Rio Grande do Sul também confirmou, no último domingo (6), o primeiro caso da subvariante ômicron BQ.1. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, amostra – coletada em 26 de outubro – é proveniente de paciente residente na região metropolitana de Porto Alegre. "A variante BQ.1 tem apresentado uma capacidade de transmissão que preocupa as autoridades de saúde de diferentes países. Essa variante tem sido relacionada ao aumento dos números de novos casos em diferentes regiões. A principal preocupação é em relação àquela parcela da população que está em atraso ou não fez as doses de reforço da vacina contra covid-19, pois esses indivíduos estão mais suscetíveis a contrair a doença, mas também terem uma apresentação mais grave da doença quando não têm a imunização adequada", disse Richard Steiner Salvato, coordenador da Vigilância Genômica no Centro De Vigilância Sanitária Estadual.

Com o aumento de casos, o que fazer?

Não tem sido fácil virar a página da covid-19. Afinal, o surgimento de novas variantes faz com que o número de casos volte a subir. A boa notícia é que já temos vacinas contra a doença, então, é possível evitar quadros graves. No entanto, alguns cuidados ainda são necessários, principalmente com os grupos de riscos. O infectologista Renato Kfouri recomenda que pessoas imunocomprometidas e gestantes continuem usando máscaras.

Já Celso Granato, infectologista do Fleury, estende essa recomendação também para as crianças – para aquelas, claro, que já podem usar a proteção facial. Ambos os especialistas também reforçam a importância de ter um esquema vacinal completo. Sobre a possibilidade de uma 5º dose, Kfouri acredita que ainda não seja necessária.

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