Comportamento
 

Por Fernanda Montano


Ágil. Conectado. Empoderado. Ecológico. Criativo. Curioso. Gentil. Resiliente. Ansioso. Impaciente… Reconheceu seu filho nessas características? Saiba que elas são apenas algumas das que nos ajudam a entender um pouco mais sobre a geração Alpha, que compreende as crianças e os adolescentes nascidos entre 2010 e 2024. Os pesquisadores australianos Mark McCrindle e Ashley Fell, autores de Generation Alpha: understanding our children and helping them thrive (“Geração Alpha: entendendo nossos filhos e ajudando-os a prosperar”, em tradução livre), Editora Hachette Austrália, ainda sem previsão de publicação no Brasil, acreditam que, quando estiver completa, em 2024, os Alphas serão a maior geração da história e somarão 2 bilhões de pessoas no mundo. Para se ter ideia, mais de 2,7 milhões deles nascem toda semana no mundo.

menina celular (Foto: ThinkStock) — Foto: Crescer
menina celular (Foto: ThinkStock) — Foto: Crescer

"A geração Alpha nasce e está presente num mundo muito mais tecnológico que as outras, é a primeira que surge em um ambiente em que a inteligência artificial já é realidade”, explica o escritor e palestrante Sidnei Oliveira, especialista em gerações, autor do livro Gerações: encontros, desencontros e novas perspectivas, da Integrare Editora. Quer saber mais sobre essa turma hiperconectada? Aqui, reunimos como os Alphas lidam com a saúde, a família e o consumo. Confira:

Saúde em primeiro lugar

Por mais que o consumo de alimentos ultraprocessados ainda seja alto, é possível observar uma geração que se preocupa mais com a alimentação e que deseja fazer escolhas melhores. Os pais da geração Alpha são, em sua maioria, millennials, que iniciaram um movimento de preocupação com a qualidade de vida.

De acordo com o estudo Estilos de Vida, da Nielsen, a população brasileira está reduzindo gordura (57%), sal (56%), açúcar (54%), alimentos industrializados (38%) e está procurando por produtos com adição de fibras, vitaminas e minerais (45%) e alimentos orgânicos (35%). “Isso afeta toda a geração Alpha, afinal, as crianças seguem exemplos. Tendo responsáveis fazendo escolhas mais conscientes, consequentemente temos crianças fazendo escolhas mais conscientes também”, diz a nutricionista materno-infantil Caroline dos Santos, da clínica Neném da Nutri, de São Paulo (SP).

Mas o caminho para a melhora no quesito alimentação parece estar só começando, afinal, os números referentes ao sobrepeso e obesidade infantil ainda assustam. O Relatório Mundial da Obesidade (World Obesity Atlas) de 2022 projetou que o mundo passará por uma epidemia de obesidade até 2030 e o Brasil terá 7,7 milhões de crianças obesas. “O alto tempo de tela faz as crianças se movimentarem menos, favorecendo o sedentarismo e, consequentemente, sobrepeso e obesidade. Por isso, é importante comer sem distrações, evitar ter ultraprocessados em casa, comer em família e oferecer o mesmo alimento de diferentes formas”, completa Caroline.

A base de tudo

Como os Alphas enxergam a família? Ter os pais divorciados não é algo específico desta geração: segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de divórcio cresceu mais de 160% no país desde 1984. Consequentemente, as famílias monoparentais (em especial com liderança feminina) só crescem — também de acordo com dados do IBGE, temos hoje no Brasil mais de 12 milhões de mães criando os filhos sozinhas. Com isso, aumenta o número de casas com rearranjos familiares, ou seja, novos companheiros e até meio-irmãos.

Além disso, os casais também vêm buscando uma divisão de tarefas mais justa e equilibrada e há — ainda bem menor que o ideal — um movimento dos homens por uma paternidade mais ativa. Claro que isso faz com que as crianças e adolescentes enxerguem a família diferentemente do que era décadas atrás. “A referência de estrutura familiar é outra, uma vez que eles veem o pai e a mãe trabalhando fora e compartilhando responsabilidades nos cuidados com a família. Por exemplo, o pai deixa na escola e a mãe busca. A mãe prepara o jantar e o pai dá banho nas crianças. Toda família funciona nesse esquema? Não! Mas esse funcionamento já é bem mais comum nos nossos tempos do que antes”, afirma o psicólogo Flávio Azeredo.

Além da família direta, outros familiares e amigos seguem sendo importantes para o contexto de comunidade. Afinal, os Alphas podem nascer já digitais, mas seguem tendo necessidades emocionais e afetivas como qualquer ser humano — de qualquer geração — e o sentimento de pertencimento sempre será um deles. Como reforça a pediatra Ana Márcia Guimarães, membro do Departamento Científico de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), “crianças e adolescentes precisam de modelos para se desenvolverem e de se sentirem parte da comunidade”.

Pessoas precisam de pessoas e isso parece que nunca vai mudar. Por isso, ajude seu filho nesse quesito, proporcionando encontros com amigos, levando-o a parques, praças ou aulas onde possam fazer novas amizades, não sendo superprotetor, estimulando-o sempre a ouvir e trabalhar em equipe.

Relação de consumo

Segundo dados da pesquisa feita pelos pesquisadores australianos Mark McCrindle e Ashley Fell, esta é a geração mais dotada, em termos materiais, de todos os tempos. Mas a relação deles com as compras e as propagandas é outra, afinal foram moldados em uma era de individualização e personalização, em que podem ter seu nome impresso na história dos livros ou colocados em um pote de chocolate. São — e serão cada vez mais — impactados por anúncios totalmente direcionados a eles e não à grande massa. Eles têm influência de marca e poder de compra além de sua idade, envolvendo-se com marcas, brinquedos e produtos que atendem às necessidades futuras dessa geração. E quais são elas? “As marcas agora e no futuro terão que trazer o olhar mais atento aos compromissos sustentáveis, à formulação mais limpa de seus produtos, ao impacto que causam e essencialmente mitigar problemas a longo prazo. À medida que os Alphas crescem, eles acabam ganhando uma maior influência nas escolhas de produtos, tanto deles quanto da família”, diz Mirela Dufrayer, Líder de Marketing na WGSN América Latina, empresa referência em tendências de comportamento e consumo.

Essa geração vem crescendo vendo os pais falarem mais sobre investimentos, mas também sobre economia, especialmente com a pandemia, quando muitas famílias precisaram cortar gastos. Você não precisa envolver seu filho em todos os detalhes das questões financeiras da família, mas converse, sim, sobre dinheiro com ele desde cedo. A criança e o adolescente precisam aprender a guardar dinheiro e, também, sobre quando gastá-lo e isso acontece pelo exemplo dos pais.

Quer saber mais sobre a geração Alpha? Confira na próxima edição da CRESCER, no app GloboMais a partir do dia 28 de fevereiro e, nas bancas, a partir de 7 de março.

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