Comportamento
 


O processo de adoção é complexo e exigente, desde a documentação até o período de adaptação das crianças no novo lar, com a nova família. Neste relato ao site Love What Matters, Marcy Bursac, de St. Charles, Missouri (EUA), mãe de duas crianças, fala sobre como buscou acolher os filhos após a adoção, fazer com que se sentissem confortáveis em falar sobre sua vida antes desse processo e colaborar para conscientizar as pessoas em sua volta, abraçando por completo sua identidade. Confira:

Quando meus filhos se mudaram para cá, família, amigos e vizinhos estavam curiosos. Nós estávamos abertos a perguntas gerais sobre se iríamos adotá-los e se eles eram irmãos biológicos, mas fora de nossa família e amigos mais próximos, continuamos vagos frente às perguntas pessoais sobre por que nossos filhos estavam em lares adotivos. Foi realmente importante para meu marido e eu que deixássemos eles decidirem o que contar e para quem contar. O que os trouxe para adoção não era nossa história, era a deles.

Marcy com os filhos — Foto: Reprodução Love What Matters
Marcy com os filhos — Foto: Reprodução Love What Matters

Dentro de casa, criamos o termo ‘isso é uma conversa de família’, que é seguido de tópicos apropriados para a idade relacionados a questões como detalhes sobre sua família biológica e por que estavam em lares adotivos. Na época, também tínhamos dois cachorros resgatados, que as crianças adoravam, e suas histórias trouxeram identificação ao fato de serem adotados.

Assim que a adoção finalizou e nossos filhos começaram a aprender como escrever seu novo sobrenome, percebi que o sistema escolar e nossa comunidade estavam cheios de outras famílias. Contamos às famílias das crianças com quais nossos filhos brincavam regularmente, que eles eram adotados e aplicamos os mesmos limites quanto à profundidade de detalhes que compartilhamos. As famílias continuaram a ser nossas amigas e nunca tornaram a situação esquisita. Na verdade, perguntaram se conhecíamos outras famílias que também tinham adotado crianças.

Preenchendo os espaços

Meu filho estava no jardim de infância quando finalizamos o processo de adoção no tribunal. Alguns meses depois, pediram na escola para que ele levasse uma foto de quando era bebê. Não tínhamos nenhuma. Lembro de me sentir muito chateada, como se fosse um pedido injusto e que fosse fazer nosso filho sentir-se diferente das outras crianças. Eu tinha um grande plano de como ia responder a professora, mas meu marido (um professor) me convenceu a deletar o rascunho do email.

Em vez disso, ele me ajudou a enxergar que a professora não estava tentando excluir nossa criança. Os professores da série dele estavam apenas tentando fazer algo divertido, e não tiveram a consciência de que nem todas as famílias poderiam participar da mesma forma. Optamos por enviar apenas uma foto mais antiga, ao invés de uma foto de bebê.

Nesse período, estávamos fazendo ludoterapia regularmente e durante uma das sessões, a terapeuta comentou como minha filha e eu tínhamos os mesmos maneirismos e expressões faciais. Ela notou algo que nos fez parecer uma família, mesmo que não conectadas pelo sangue.

Um ano depois, nossos dois filhos estavam no ensino fundamental e à medida em que compartilhavam com os amigos mais próximos que eram adotados, eram questionados como era possível, pois ambos se pareciam muito com o pai, que é professor de artes na escola.

Abraçando a educação

A pandemia chegou durante os anos finais do ensino fundamental I dos meus filhos, e algo que meu filho fez abriu meus olhos. Durante a parte 100% remota da pandemia, ele, que estava então no quinto ano, escreveu uma redação sobre adoção. A professora disse a ele que poderia escrever sobre qualquer assunto, e foi sobre isso que ele quis escrever.

No entanto, quando iniciamos a pesquisa online, as informações que ele encontrou não foram feitas para serem compreendidas por uma criança. A professora sugeriu trocar o assunto, mas ele insistiu que era sobre esse tópico que ele gostaria de escrever e apresentar. Ele disse a ela que era importante que seus colegas entendessem sobre essa parte de quem ele é. Então, mesmo que fosse difícil pesquisar sobre, ele gostaria de ajudá-los a compreender.

Marcy Bursac adotou duas crianças — Foto: Reprodução Love What Matters
Marcy Bursac adotou duas crianças — Foto: Reprodução Love What Matters

Mais ou menos nessa época, perguntei aos meus filhos se gostariam de ser convidados no meu podcast, ‘The Forgotten Adoption Option’. Eu prepararia as perguntas antecipadamente e eles poderiam decidir não participar a qualquer hora. Eles viram o conteúdo e toparam por completo. Gravamos a entrevista do meu quarto e eles se revezaram para contar sobre a experiência de serem adotados. A conversa foi muito corajosa, eles usaram suas vozes para compartilhar sobre a família, a primeira vez que nos conhecemos e algumas de suas memórias no abrigo.

Promovendo conscientização

Foi durante esse período que me tornei cada vez mais consciente das milhares de crianças como as minhas, que ainda esperam pela adoção, e meu coração deixou de sentir frustração para desejar ajudar outras pessoas a entenderem e terem um olhar para a adoção de crianças que estão em lares adotivos. Rodeada por uma pilha de alguns dos livros infantis favoritos da família, as palavras para um livro infantil literalmente saíram da minha boca.

Minha filha sentou ao meu lado enquanto eu compunha a gravação em áudio em uma apresentação de slides, nos sentamos em frente à TV como uma família para avaliar as ilustrações. Me pareceu adequado lançar o livro “Are You a Forever Family?” durante o Mês Nacional da Adoção.

Rapidamente, minhas crianças entraram no ensino fundamental II, a puberdade se iniciou. Eles começaram a encontrar mais e mais colegas e expressarem confusão quando contavam a um amigo que são adotados, e a pessoa respondia ‘não, você não é’.

Alguns meses atrás, uma aluna da oitava série que frequentava o grupo de jovens da mesma igreja que meus filhos estava trabalhando em um projeto social de escoteira, e gostaria de falar sobre adoção. Nos encontramos semanalmente e criamos um plano de ensino para professores do ensino fundamental I celebrarem a adoção e as famílias que se formam a partir dela utilizando meu livro e atividades para colorir com as ilustrações dele.

Em maio, pude ajudar a passar essa atividade na mesma escola que minhas crianças frequentaram. E enquanto ensinava uma sala do jardim de infância, pude testemunhar uma garotinha levantar sua mão e dizer com orgulho para toda a classe que ela foi adotada.

Nossas ‘conversas de família’ atualmente são sobre quem eles puxaram e o quão altos irão ficar. Quando a família biológica dos meus filhos tiveram sua visita de despedida, cada um deles enviou um álbum de fotos do tempo que passaram com as crianças. Meus filhos podem pedir para ver esses álbuns a hora que quiserem, e eles vêm sendo um bom recurso para responder perguntas como ‘quanto pelo facial meu filho poderá ter’!”

Se você tiver ou conhecer uma história que quiser compartilhar com a CRESCER, mande para o nosso e-mail redacaocrescer@gmail.com.

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