Congelar óvulos para planejar uma gravidez no futuro tem se tornado uma opção cada vez mais viável para as mulheres. Mas e se elas desistirem de gerar um bebê, o que acontece? Segundo o ginecologista e obstetra Geraldo Caldeira, membro da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia); da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e médico do Serviço de Reprodução Humana do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP), a mulher que decidir não usar seus óvulos pode simplesmente descartá-los. "Basta descongelar e descartar. Mas, se preferir, ela tem a opção de doar para outra pessoa", esclarece.
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Ainda segundo o especialista, os óvulos podem permanecer congelados por tempo indeterminado. "A mulher pode decidir usar em cinco, sete, dez anos — não há limite de tempo para que os óvulos permaneçam congelados. Mesmo que ela esteja em uma perimenopausa [também chamada pré-menopausa — período entre a idade fértil e a menopausa], ela poderá usar os óvulos congelados para fertilizar e formar um embrião. E até mesmo pacientes que entraram na menopausa prematura [que ocorre antes dos 40 anos] se beneficiam do congelamento de óvulos", explicou.
No caso do embrião, de acordo com o médico, também é possível optar pelo descarte. "Antigamente era proibido o descarte do embrião. Hoje isso mudou e já é permitido", afirma. "A gente orienta que todas as mulheres que estão com idade próximo aos 35 anos e não pretendem engravidar imediatamente, que congelem seus óvulos. Pois, com isso, elas podem protelar em até dez anos o desejo da maternidade. Assim, aos 45, quando as chances de engravidar naturalmente já são muito baixas, ela tem os óvulos. E se mudar de ideia, pode doar ou descartar", finalizou.
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