Engravidar mais tarde é sinônimo de complicações na gestação?

Especialista explica o que pode trazer riscos para a gravidez. Spoiler: o estilo de vida e a saúde da mulher podem contar mais nessa balança do que a própria idade materna. Entenda!

Por Giovanna Forcioni


As mulheres têm engravidado cada vez mais tarde no mundo inteiro. Decisão que, muitas vezes, vem acompanhada de medos e inseguranças. Afinal, será que a idade avançada é sempre sinônimo de uma gravidez complicada, com riscos para o bebê? A resposta é: não necessariamente.

Fator idade — Foto: Getty Images

Um estudo recém-publicado pelo American College of Cardiology mostrou que as complicações na gravidez e no parto têm mais a ver com a saúde do que com a idade da mãe. Segundo a ginecologista e obstetra Carla Muniz, da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP), não dá para definir uma gestação de alto risco só considerando a idade da mulher isoladamente. “O que acontece é que, quanto mais velha, maior a chance de ela ter uma doença de base, como diabetes, por exemplo. Mas uma mulher jovem que não cuida da saúde, ao engravidar pode correr mais risco do que uma mulher com mais de 35 saudável”, afirma. Por isso mesmo, não custa lembrar: seja qual for a sua idade, se deseja ter filhos, a dica é adotar uma rotina de atividades físicas, comer bem e fazer um check-up.

5 atitudes para colocar em prática antes de engravidar:

1. Consulte seu ginecologista: é ele que vai orientá-la sobre tudo o que precisa fazer para ter uma gravidez sadia. Portanto, leve todo o histórico de saúde, desde a infância até o momento atual. Você também deve informá-lo sobre o uso de toda e qualquer medicação, mesmo as vitaminas, que esteja usando no momento. Isso tudo vai ajudar o profissional a compor um quadro sobre a sua qualidade de vida e, a partir de então, estabelecer as orientações necessárias para ajudá-la em relação à gestação.

2. Prepare-se fisicamente: a gravidez exige muito do corpo da mulher, em vários aspectos: aumenta o peso, a pressão sobre as articulações, influência na circulação sanguínea, modifica o formato da coluna... Por isso, é fundamental que a mulher esteja ciente dessas mudanças e prepare-se para isso com a prática de atividades físicas — tanto de fortalecimento muscular como de correção postural — para evitar dores lombares. Além disso, uma boa condição cardiorrespiratória vai ajudá-la a ter uma boa evolução do pré-natal.

3. Alimentação e hábitos saudáveis: é fundamental evitar o tabaco, que diminui a fertilidade e prejudica o desenvolvimento do bebê, além de aumentar a chance de parto prematuro; o excesso de cafeína, que pode ser abortivo; regular a quantidade de sódio, que pode elevar a pressão e aumentar a retensão hídrica durante a gravidez, causando inchaços. Lembre-se de que uma alimentação saudável, rica em fibras e bastante líquidos ainda ajuda a regular o intestino, evitando a constipação, que é comum nessa fase.

4. Mantenha a vacinação em dia: vacinas feitas de vírus atenuado, como o sarampo e a rubeola, não podem ser aplicadas durante a gravidez. Elas devem ser feitas com pelo menos um, mas de preferência três meses antes de a mulher engravidar. Portanto, se você adquirir alguma dessas doenças durante a gravidez, o vírus pode passar pela placenta e chegar até o feto, aumentando os riscos de má-formações fetais.

5. Fique zen: é difícil não se estressar no dia a dia, mas esse exercício deve começar antes mesmo da gestação (e durar a vida toda), buscando evitar alterações na fertilidade ou até o parto prematuro. Além disso, ele pode até atrapalhar na hora de tentar engravidar: segundo a experiência dos médicos em consultórios, a ansiedade e o estresse alteram, sim, a fertilidade.

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