Bryanna Cook, 6, viajava com a mãe, Yolanda Jackson Cook, no dia 23 de outubro, quando a mulher, que dirigia, sofreu um derrame e uma convulsão. “Eu estava com medo… Quando olhei em volta, estávamos na floresta porque simplesmente caímos da estrada e minha mãe não conseguia acordar ou responder”, lembrou Bryanna, em entrevista ao Good Morning America.
A menina, que é do Mississipi, Estados Unidos, agiu rápido e ligou para a avó, que a instruiu a ligar para a emergência. Quem atendeu foi a operadora Latonya Malone, há 16 anos no posto. “Eu estava com Bryanna no telefone, tentando fazer com que ela verificasse sua mãe, para ver o que estava errado e o que tinha acontecido. E ela disse que sua mãe ficou doente e eles saíram da estrada e não viram nada”, contou a oficial, também ao Good Morning America.
Latonya, então, enviou equipes de busca e resgate, à procura das duas. Os socorristas procuraram por mais de duas horas. O turno de Latonya já tinha acabado, mas ela disse que queria ficar na linha com a menina até a ajuda chegar.
“Eu não podia sair porque ela tem 6 anos”, disse a operadora. “A equipe ligou para as companhias telefônicas e fez de tudo para tentar encontrá-las. Quando, finalmente, as localizamos, fiquei muito satisfeita e muito honrada. No final da conversa, claro, desabei. Eu também tenho três filhas”, confessa.
A mãe foi socorrida e levada ao hospital, onde permaneceu por uma semana. Agora, ela está melhor e contou, ao programa, que está “muito orgulhosa” de sua filha, por ela saber o que tinha de fazer em um momento de necessidade e disse que é “eternamente grata” por todos que a socorreram. “Isso é muito para uma criança de 6 anos. E havia alguns adultos que disseram: 'Eu nem sei se eu poderia ter sido tão corajoso quanto Bryanna foi ou se conseguiria manter a compostura como ela fez para conseguir ajuda no local'”, afirmou.
Yolanda também agradeceu à operadora Latonya e disse que ela foi “incrível” por ficar ao lado de sua filha. "Latonya estará para sempre no meu coração e no coração da minha família", declarou. “O derrame que tive no dia do acidente não foi o primeiro. Por isso, fui muito, muito abençoada por não ter nenhum efeito a longo prazo de nenhum deles”, disse ela. “Estou apenas fazendo terapia agora para meu braço. Estou tendo alguns problemas com meu braço esquerdo, mas fora isso, estou de volta às atividades domésticas regulares e acompanhando Bryanna”, conta.
Por conta de suas atitudes, que salvaram a vida de Yolanda, Bryanna e Latonya foram homenageadas pelo Conselho Administrativo do Condado de Lowndes, em uma cerimônia em 15 de novembro.
Na entrevista, Yolanda lembrou aos pais a importância de ensinar às crianças como agir e como usar o telefone, em caso de emergência. “É importante que as crianças saibam usar o telefone, saibam os números de emergência… Saber como fazer isso em uma situação de emergência, caso precise, e também como enviar mensagens de texto, caso não consigam falar", recomendou.
Como preparar as crianças para uma emergência?
"É sempre interessante ensinar às crianças, desde que em idade de entendimento compatível, a prestar auxílio e conhecer os principais telefones de urgência, como Corpo de Bombeiros, polícia, ambulâncias e principalmente, outro adulto responsável", explicou o pediatra e presidente do Departamento Científico de Emergências da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SP-SP), Sulim Abramovici.
De acordo com o especialista, a partir de 4 anos de idade, dependendo do desenvolvimento, a criança já pode receber algumas noções básicas. "Os procedimentos podem ser transmitidos diretamente pelos pais, pelos professores e nas diversas mídias disponíveis", completou.
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