Um pai da Geórgia foi libertado da prisão 10 anos depois da morte de seu filho em um carro quente. Justin Ross Harris foi acusado de assassinato pela promotoria e chegou a ser condenado a pena perpétua. No último domingo, Dia dos Pais nos Estados Unidos, ele foi libertado. No entanto, ele foi preso novamente no condado de Cobb, onde deve cumprir mais dois anos de pena, segundo o Atlanta Journal-Constitution.
O pai, que morava no Alabama, havia se mudado para Atlanta por conta do trabalho em 2012. Em depoimento à polícia, ele contou que havia esquecido de deixar seu filho, Cooper, na época com 1 ano e 10 meses, na creche, no dia 18 de junho de 2014. Em vez disso, ele foi direto para o trabalho. Justin atuava como desenvolvedor web na The Home Depot.
O menino, que ficou preso à cadeirinha por sete horas, no banco traseiro de uma Hyundai Tucson, em frente ao escritório, morreu. As temperaturas chegaram a pelo menos 26ºC naquele dia.
No julgamento, os promotores apresentaram a teoria de que Harris estava infeliz em seu casamento e matou o filho propositalmente, para se livrar. A acusação apresentou provas de suas atividades sexuais extraconjugais, incluindo a troca de mensagens explícitas e fotografias gráficas com mulheres.
Justin foi considerado culpado em novembro de 2016 por oito acusações, incluindo homicídio doloso. Um juiz o condenou à prisão perpétua sem liberdade condicional e a mais 32 anos de prisão por outros crimes.
No entanto, o Supremo Tribunal da Geórgia votou, por 6 votos a 3, pela anulação das condenações por homicídio e crueldade infantil em junho de 2022, alegando que o júri viu provas que eram “extremamente e injustamente prejudiciais”.
Os promotores disseram que ele não enfrentaria outro julgamento pela morte de Cooper. O gabinete do procurador distrital do condado de Cobb, que processou o caso, disse, em comunicado, que discordava da decisão da maioria. Mas por causa dessa decisão, as evidências, que foram cruciais para demonstrar a motivação, se tornaram indisponíveis para uso.
Os advogados do pai argumentaram que seu cliente era um pai amoroso e que a morte do menino teria sido um trágico acidente. Embora tenha rejeitado a condenação por homicídio, o Supremo Tribunal Estadual manteve as condenações de Justin em três crimes sexuais cometidos contra uma menina de 16 anos, dos quais ele não recorreu.
O homem cumpriu pena de prisão por condenação criminal, pela tentativa de exploração sexual de menor, que resultou na sentença de 10 anos de prisão. As sentenças restantes, de um ano cada, são por duas contravenções por distribuição de materiais obscenos a menores, como mostram os registros da prisão do condado de Cobb.