Turismo
 

Por Giovanna Forcioni


Quem tira férias com criança sabe que a viagem começa muito antes do embarque. Quando estamos falando de bebês, então, é preciso se preparar com ainda mais antecedência. Viajar com crianças pequenas pode ser um desafio e tanto — ainda mais, quando para chegar até o destino final, é preciso encarar um trajeto de avião.

A boa notícia é que com planejamento e jogo de cintura, dá para fazer com que a experiência seja suave tanto para você quanto para o pequeno. A seguir, veja truques e estratégias para tornar viagens de avião um pouco menos cansativas e estressantes para todos da família. Spoiler: a missão começa antes mesmo de comprar a passagem.

Planejando a viagem

Mapa de planejamento de viagem — Foto: Flaticon
Mapa de planejamento de viagem — Foto: Flaticon

1. Converse com o pediatra antes de comprar as passagens
Não há uma idade certa para as crianças viajarem. A maioria das companhias aéreas aceita bebês a partir de 7 dias de vida. Porém, é imprescindível conversar com o pediatra antes de planejar a viagem, para entender se o pequeno já tem condições ou não de andar de avião. A maioria dos profissionais indica esperar no mínimo três meses e embarcar só depois que o bebê já tomou as principais vacinas.

Mesmo com o ok do médico, depois, é bom marcar uma consulta na semana da viagem, só para checar que está tudo bem e receber as últimas orientações antes de partir. "No ambiente do aeroporto e no avião , há muita gente e isso aumenta o risco de infecções. Se a criança já está com um quadro respiratório, pode piorar. Por isso, alguns dias antes de viajar é legal voltar ao pediatra para saber se o bebê tem condição clínica de ir", explica o neonatologista Paulo Telles (SP). Aproveite a oportunidade para tirar dúvidas e pedir as receitas para montar uma "farmacinha" para os dias que estiver fora de casa, com medicamentos para febre, vômito, diarreia, enjoo, tosse e alergias.

2. Pesquise bem antes de escolher o destino
Leia bastante sobre os destinos desejados antes tomar qualquer decisão. Não compre passagens ou feche pacotes no impulso. Ao viajar com bebê, é preciso ter certeza de que o lugar oferece uma infraestrutura básica, para caso de emergência. Se a região é isolada, não tem transporte público ou hospitais, por exemplos, até uma simples tosse pode tomar proporções assustadoras. Prefira lugares tenham boas opções de serviços médicos e fácil comunicação. Mantenha com você o telefone do pediatra e de hospitais próximos da região em que ficarão. E, se vai para o exterior, não saia de casa sem o seguro viagem, porque uma simples ida ao pediatra pode despender uma pequena fortuna.

3. Avalie quais os descolamentos necessários para chegar ao destino
Mais do que pensar na estrutura do destino, é preciso considerar o caminho que terão de fazer para chegar lá. Priorize lugares cujos deslocamentos não sejam tão cansativos. Voos muito longos ou com conexões não são uma boa ideia quando se viaja com bebê.

4. Cheque os documentos do bebê com antecedência
Depois de decidir o destino, pesquise quais documentos são exigidos para viajar para lá. 
Cheque se precisa tomar alguma vacina específica (e se ela já está liberada para a idade do bebê) e revise as datas de validade de passaportes, vistos e RGs.

Documentos de viagem e passaporte — Foto: Crescer
Documentos de viagem e passaporte — Foto: Crescer

Em viagens nacionais, é preciso apresentar a identidade ou certidão de nascimento da criança. Já nas internacionais a certidão de nascimento não vale: mesmo para os bebês, é necessário apresentar RG (para América do Sul), passaporte e visto, caso o país de destino exija.

Se a criança for viajar com apenas um dos pais, também providencie com antecedência a Autorização de Viagem Internacional. Ela pode ser anexada direto no passaporte, para ser usada outras vezes. Sem esse documento, é preciso registrar uma permissão no cartório antes de cada viagem, caso a criança vá acompanhada apenas de um dos responsáveis. Em viagens nacionais, crianças até 12 anos com um dos pais ou um parente de até terceiro grau não precisam dessa autorização, basta a comprovação de parentesco.

Comprando a passagem

Comprando passagem aérea — Foto: Flaticon
Comprando passagem aérea — Foto: Flaticon

5. Pesquise sobre tarifas de passagem para bebês
Em algumas companhias aéreas, bebês de colo têm direito a uma passagem de graça ou com desconto, dependendo do trecho da viagem. Alguns programas de fidelidade também permitem que você use pontos ou milhas para emitir um bilhete para crianças. Vale a pena tirar um tempinho para pesquisar quais são as regras de cada empresa.

No Brasil, em voos domésticos, bebês de até 2 anos normalmente viajam sem pagar nada, desde que sejam levados no colo de um adulto. Nesse caso, não é preciso comprar um bilhete. Mas, mesmo assim, na hora da reserva, você deve avisar a cia área de que viajará com um bebê. Já em voos internacionais, algumas empresas cobram uma taxa extra para os pequenos, mesmo se viajarem no colo. Normalmente, ela varia de 10 a 15% do valor da tarifa do adulto. Também é preciso pagar taxa de embarque.

Ah, uma outra dica: no caso de bebês que viajam no colo, nem sempre o nome deles vai aparecer na confirmação de compra recebida por e-mail. O bilhete de embarque normalmente vem apenas no nome dos passageiros que ocupam um assento no avião. Por isso, não se assuste caso o nome do seu filho não venha listado. De toda forma, vale confirmar com a empresa aérea se tudo está confirmado ou se há algum erro.

Agora, se quiser voar com mais tranquilidade e segurança, também é possível pagar o valor cheio da passagem e comprar um assento exclusivo para o bebê. Ao fazer isso, você garante uma poltrona reservada apenas para o seu filho e pode, inclusive, levar uma cadeirinha (a mesma daquelas usadas no carro) para dentro da cabine. A cadeirinha precisa ter certificação internacional (FAA ou TÜV) e a indicação de que pode ser usada em aeronaves. Mas, de novo, vale o lembrete de perguntar com antecedência para a companhia aérea quais são os modelos permitidos e quais os requisitos de segurança exigidos.

6. Cheque se a criança tem direito à bagagem própria
Empresas aéreas têm regras sobre a quantidade de bagagem que cada passageiro pode carregar. Mas é preciso prestar atenção porque nem sempre as regras dos adultos valem para as crianças. Há cias que permitem que famílias com bebês despachem um carrinho ou cadeirinha sem custo extra, por exemplo. Algumas empresas também oferecem berços nas aeronaves, que devem ser solicitados com antecedência pela central de atendimento. Vale checar com antecedência, para não ter surpresas.

Escala de voos — Foto: Flaticon
Escala de voos — Foto: Flaticon

7. Tente conciliar os horários de sono do seu filho com os intervalos para conexões e escalas
Uma vez dentro do avião, a rotina de sono do seu filho vai por água abaixo (e não há muito o que fazer em relação a isso). Mesmo que você viaje de primeira classe ou de executiva, pode ser que seu filho encare aquele ambiente novo como um motivo para festejar e brincar ainda mais.

Por isso, na hora de comprar seu bilhete, prefira voos noturnos ou que aconteçam em horários em que o bebê já costuma tirar uma soneca. Se puder escolher aqueles com trechos curtos e sem conexões, melhor ainda. Assim, evita de ter de recomeçar o processo a cada nova parada. Se tiver uma longa escala em algum lugar, considere fazer uma reserva em um hotel perto do aeroporto, para descansar e tomar um banho. Ah, e, se puder escolher, fique com os assentos do corredor, para que possa sentar e levantar com mais liberdade.

8. Escolha uma cia aérea com serviços especiais para crianças
Algumas companhias aéreas oferecem serviços pensando exclusivamente para bebês, com o objetivo de tornar a viagem de toda a família mais tranquila. Por isso, antes de embarcar, consulte a empresa aérea e informe-se sobre quais benefícios ela oferece para quem viaja com os pequenos. Fora os atrativos de entretenimento, a maioria das companhias também garante check-in facilitado e cardápio especial, com papinhas e porções menores, por exemplo. Se for o caso, entre em contato com a central de atendimento ao cliente e pergunte alguns dias antes do embarque qual é a disponibilidade do serviço.

Organizando a mala

Mala de viagem — Foto: Flaticon/monkik
Mala de viagem — Foto: Flaticon/monkik

9. Separe o essencial para a mala de mão
Ao organizar a bagagem, separe o que pode ser despachado e o que precisa necessariamente ser levado com você na bolsa de mão. "Na bagagem que vai na cabine da aeronave, a gente precisa ter tudo que vai ser útil nas primeiras 24 horas da viagem. Trocas de roupa, os remédios que a criança toma ou possa precisar, e também acessórios, utensílios, brinquedos", orienta a especialista em organização Ingrid Lisboa, da Home Organizer, de Santo André (SP).

Voos podem atrasar e malas podem ser extraviadas, por isso, nesse caso, pecar pelo excesso não é demais. Na bolsa de cabine leve fraldas e trocas de roupas para o bebê (e para você) para pelo menos dois dias. Na hora do perrengue, melhor sobrar do que faltar!

10. Guarde um espaço na bagagem de mão para comidinhas e água
Um biscoito, uma fruta, uma barrinha de cereal... Por mais que a cia aérea tenha refeições a bordo, nem sempre os comissários estão disponíveis para atender na hora que você precisa. É sempre bom ter na manga um snack para oferecer para os pequenos entre um lanche e outro. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autoriza levar na bagagem de mão os alimentos que seu filho vai consumir durante o voo, desde que cada pote tenha, no máximo, 200 ml. Água e leite são essenciais, principalmente para oferecer durante a decolagem e o pouso, quando os bebês tendem a sentir um incômodo no ouvido. Se o copinho ou a garrafa puderem ter boa vedação, para não vazar, melhor ainda.

11. Monte uma "farmacinha" com remédios essenciais
De novo, vale a regra do "melhor prevenir do que remediar". Na consulta com o pediatra antes da viagem, pergunte sobre quais remédios tem prioridade na 'lista de embarque' e não podem faltar na mala de jeito nenhum. "Depende muito da situação, mas eu normalmente recomendo levar pelo menos um analgésico, um antialérgico, um antiemético, um probiótico e um corticoide", explica o pediatra e neonatologista Paulo Telles (SP).

Além disso, também é importante checar com a companhia aérea quais são as regras para transporte de medicamentos. Se você tiver que levar algum deles na bagagem de mão durante o voo, precisa carregar junto a receita para ser apresentada aos agentes de segurança. Mas lembre-se sempre: nada de medicar o bebê sem antes perguntar ao pediatra, combinado?

Antes de embarcar

Sala de embarque de aeroporto — Foto: Flaticon
Sala de embarque de aeroporto — Foto: Flaticon

12. Chegue com antecedência, mas sem exageros
As cias costumam abrir o balcão do check-in algumas horas antes do voo. Programe-se para estar no aeroporto cerca de duas a uma hora antes da decolagem. Se chegar muito cedo, terá a missão de entreter o pequeno até que o embarque seja liberado. Se chegar tarde, talvez encare uma maratona e, ainda assim, não consiga chegar ao portão a tempo.

Se você já for um viajante experiente, voar com um bebê não vai levar muito mais do que se estivesse viajando sozinho. Na sua programação, considere chegar meia hora antes do horário que você normalmente chegaria. É o suficiente para resolver tudo com tranquilidade.

13. Pergunte sobre a possibilidade de entrar com o carrinho na sala de embarque
No balcão de check-in, tire as últimas dúvidas que tiver sobre a viagem. É nessa hora que você deve decidir o que fazer com o carrinho de bebê: se o despacha já naquele momento e, depois, retira na esteira de bagagens ao fim da viagem ou se segue com ele até a porta da aeronave.

Segundo a Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), o carrinho de bebê da família pode ser usado até o momento do embarque. Na hora do check-in, basta avisar a companhia aérea sobre a sua escolha. Assim, você pode ficar com ele e só entregá-lo na entrada do avião, quando um funcionário da cia deve buscá-lo e, só então, despachá-lo para o porão da aeronave. Pergunte à equipe de bordo quando e de que forma poderá pegar o acessório de novo quando chegar ao destino final.

Carrinho de bebê — Foto: Crescer
Carrinho de bebê — Foto: Crescer

Vale lembrar que essas são as regras para carrinhos grandes, que não cabem nos compartimentos superiores da cabine. Modelos mais compactos, usados para passeio, costumam caber no bagageiro. Cheque as medidas antes de embarcar.

14. Reforce a higiene antes de entrar no avião
Já no aeroporto, alguns minutos antes de embarcar, troque a fralda, para que seu filho entre no voo limpinho e você não precise repetir o processo tão cedo. Os banheiros das aeronaves são apertados e nem sempre dá para trocar os pequenos sem sair da poltrona.

15. Troque o bebê e vista-o com roupas confortáveis
Aposte na praticidade. Antes de embarcar, vista o bebê em camadas e com roupas fresquinhas e fáceis de tirar, para caso precise trocá-lo durante o voo. A mesma regra vale para os adultos da família. Quanto mais confortável o look, melhor! Já há muita preocupações quando se viaja de avião com um bebê e, pode apostar, você não vai querer que a roupa seja uma delas.

Durante o voo

Avião decolando no aeroporto — Foto: Flaticon
Avião decolando no aeroporto — Foto: Flaticon

16. Prepare o bebê para o pouso e a decolagem
Quando o avião está subindo e descendo, é normal que os pequenos sintam dor de ouvido, por causa da alteração da pressão dentro da aeronave. Fazer uma lavagem nasal antes de embarcar, para deixar o nariz limpo, pode ajudar a evitar o incômodo. Na hora de decolar ou pousar, manter o bebê sentado, mastigando ou mamando também pode ser útil.

"Tente fazer a criança mastigar, tentar bocejar, fazer engolir, mamar, comer um lanche ou beber algum líquido. Se puder, evite que a criança durma na subida e descida da aeronave", aconselha a otorrinolaringologista Roberta Noer Pilla (SP).

17. Deixe os brinquedos sempre à mão
É normal que os pequenos fiquem impacientes e chorem em algum momento durante o voo. Justamente por isso, livros, brinquedos pequenos e um bichinho de pelúcia não podem faltar em sua mala de mão. Eles podem ser uma ferramenta e tanto para os momentos de mais agitação. Escolha aqueles mais silenciosos para não atrapalhar as outras pessoas nem estressar a família e guarde-os no bolsão da poltrona ou debaixo do assento. Assim, você não precisará ficar se levantando para pegar no bagageiro.

Quando a energia diminuir, é hora de colocar um filme ou liberar o tablet para um jogo. Leve fones de ouvido! Também sinta-se à vontade para se levantar e caminhar para distrair o bebê, caso os comissários permitam. Compreensão, carinho, colo e aconchego são sempre indicados!

18. Atenção à alimentação
Como já dissemos, algumas cias aéreas servem alimentação especial para bebês, mas é preciso reservar com alguns dias de antecedência. Você pode levar sucos, frutas, biscoitos, por exemplo, para oferecer para o seu filho durante o trajeto, especialmente na subida e na descida. Se precisar esquentar o leite ou a papinha, é só pedir para a equipe de bordo.

Fonte: Paulo Telles, pediatra (SP); Maura Neves, otorrinopediatra (SP); Ingrid Lisboa, da Home Organizer, de Santo André (SP); Roberta Noer Pilla, otorrinolaringologista (SP); Sut-Mie Guibert, do blog Viajando com Pimpolhos; Alessandro Ayres, do blog de viagens Wazari; Agência Nacional de Aviação Civil (Anac); Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear)

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