A infecção por Zika é uma grande ameaça para as mulheres grávidas. Com intuito de proteger esse público, o Instituto Butantan retomou seu projeto para o desenvolvimento de uma vacina para gestantes contra esse vírus que pode causar microcefalia em bebês de mães infectadas durante a gestação. Segundo a entidade paulista, os estudos já demonstraram que o imunizante é capaz de gerar anticorpos neutralizantes contra o vírus. O próximo passo é verificar a tolerabilidade e as possíveis reações adversas da vacina ao longo dos testes pré-clínicos, que devem começar em 2024.
Em desenvolvimento pelos laboratórios do Centro de Desenvolvimento e Inovação (CDI) do Instituto Butantan, a vacina é composta pelo vírus inativado. Embora ainda esteja em estágio inicial, os pesquisadores estão otimistas com o imunizante. “Como o principal público-alvo seriam mulheres grávidas, a vacina contra Zika precisa ter um perfil de segurança muito alto. A confiabilidade desses processos é grande, tanto em termos científicos como no aspecto regulatório”, explica o diretor do Laboratório Multipropósito, Renato Mancini Astray, um dos responsáveis pelo projeto.
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O estudo da vacina do Zika contou com o apoio do órgão Biomedical Advanced Research and Development Authority (BARDA), do governo dos Estados Unidos. O Butantan já possuía um acordo com o BARDA e a Organização Mundial da Saúde (OMS) para desenvolver um imunizante contra gripe aviária, que foi estendido após a emergência do Zika em 2015 para desenvolver soluções a esse outro problema de saúde pública. O trabalho foi seguido até 2020, no entanto, precisou ser interrompido com a pandemia da covid-19.
A vacina
Para produzir o imunizante, os pesquisadores cultivam as células em fracos. Essas células se multiplicam em um biorreator e, em seguida, são inoculadas com o vírus. Posteriormente, o material é filtrado para eliminar contaminantes celulares. O passo seguinte é a inativação do vírus, utilizando um reagente químico clássico, e a realizição da purificação. Por fim, o vírus inativado e purificado é concentrado e formulado. O produto pode ser armazenado em refrigeração comum (2°C a 8°C).
Nesse momento, os pesquisadores estão trabalhando na versão final da vacina para encaminhá-la para estudos pré-clínicos. O Instituto ainda destaca que sem o vírus em circulação, não é possível fazer ensaios clínicos de eficácia (fase 3) para avaliar se os vacinados ficam menos doentes do que os não vacinados, por isso, o estudo ainda está em estágio inicial.
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