Saúde
 

Por Crescer


Poucas coisas são mais fofas do que pezinhos e mãos de bebês. Mas Jessica Carnie, uma mãe da Austrália, precisou se despedir nesta sexta-feira (3), dos pés de seu bebê, Ryan, 1 ano e 3 meses. Isso porque, depois de quase perder a vida ao ter uma infecção grave pela bactéria streptococcus do Grupo A, ele passou por uma cirurgia para amputar as duas pernas. Nos próximos dias, ele deve passar por outros procedimentos cirúrgicos, entre eles, a amputação também de alguns dedos das mãos.

O pequeno contraiu Strep A, quase perdeu a vida e precisou amputar as duas pernas — Foto: Reprodução/ Instagram
O pequeno contraiu Strep A, quase perdeu a vida e precisou amputar as duas pernas — Foto: Reprodução/ Instagram

Em um depoimento emocionado em seu perfil no Instagram, Jessica contou um pouco do que aconteceu com Ryan. “Nosso garotinho é um milagre tão grande, mas a realidade é que ele estava muito, muito doente”, conta. “As mãozinhas e pés mais perfeitos. Nossa cirurgia é amanhã e vai ser um dia tão difícil”, escreveu ela, na quinta-feira (2).

Em entrevista ao perfil Tiny Hearts Education, a mãe contou que o primeiro sinal de que algo não estava bem foi uma febre alta. Então, rapidamente, ele começou a piorar, ficou letárgico e começou a ter manchinhas na pele que não ficavam brancas ao serem pressionadas. Jessica sabia que estes eram sérios sinais de alerta e correu com o filho para o hospital.

Lá, exames detectaram que ele estava com infecção grave pela bactéria streptococcus A, que rapidamente o levou a um choque séptico, disfunção múltipla de órgãos e coagulação intravascular disseminada, que é quando pequenos coágulos sanguíneos se desenvolvem ao longo da corrente sanguínea, bloqueando o fluxo sanguíneo para muitas partes do corpo, incluindo membros e órgãos.

“Depois de ele ter um ataque cardíaco [Ryan ficou 10 minutos sem vida, com os médicos realizando manobras de ressuscitação, enquanto a mãe gritava, implorando para que eles não parassem de tentar, antes de, finalmente, ouvir que ele tinha voltado], nos disseram que poderíamos estar diante do pior cenário, no qual Ryan poderia ter danos cerebrais, perder partes do rosto, além das pernas e das mãos inteiras. Felizmente, não é o caso”, relata Jessica. “Quando você entra em choque séptico acontecem tantas coisas com o corpo, que eu não sabia que podiam acontecer”, confessa.

Segundo ela, a maioria dos órgãos do bebê foram reparados, embora isso não tenha sido nada fácil. Ryan lutou contra um colapso pulmonar e também precisou fazer hemodiálise algumas vezes para recuperar os rins. “Os médicos ficaram impressionados com a saúde do coração”, diz a mãe.

Porém, para garantir que o menino tenha o melhor resultado possível, ele ainda terá de fazer alguns procedimentos difíceis, como a amputação das duas pernas, que aconteceu nesta sexta-feira. “Além disso, ele vai perder todas as pontas dos dedos das mãos e, possivelmente, alguns dedos inteiros das mãos”, escreveu a mãe. “Os médicos ainda não têm certeza se vão deixar os dedos como estão ou tentar fazer uma cirurgia para ajudar a regenerar novas células e a pele, costurando os dedos do Ryan dentro do estômago ou da virilha durante algumas semanas (sim, você leu certo). Isso pode possibilitar que os dedos cresçam um pouco”, revela ela.

O menino teve ataque cardíaco e entrou em choque séptico — Foto: Reprodução/ Instagram
O menino teve ataque cardíaco e entrou em choque séptico — Foto: Reprodução/ Instagram

“Não sabemos como vai ser o futuro, mas estamos tentando focar nos pontos positivos e sabemos que faremos tudo o que pudermos para dar a Ryan a melhor vida possível. Agradecemos muito a todos, continuem a nos enviar amor”, completou.

Desde setembro de 2022, pelo menos 30 mortes de crianças e adolescentes menores de 18 anos foram confirmadas no Reino Unido em decorrência da bactéria, o que tem preocupado autoridades do país. Casos também foram identificados em outros locais, como Estados Unidos e Austrália. A Strep A é uma doença bacteriana que normalmente provoca sintomas respiratórios leves, como tosse ou dor de garganta. No entanto, a bactéria também pode causar problemas mais graves que, como no caso de Ryan.

Quais são os riscos da bactéria Streptococcus do grupo A para as crianças

Segundo o infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o cenário que vem acontecendo no Reino Unido serve de atenção para outros países, porém, o especialista ressalta que não houve, por enquanto, aumento de infecções por essa bactéria no país. "Acho pouco provável ter repercussão no Brasil, pelo menos não temos dados no momento", pontua o médico.

Vale lembrar que o Streptococcus A, em geral, causa infecções leves muito comuns na infância. A criança pode ter um quadro de amigdalite bacteriana, infeccção que causa febre e dor de garganta, ou mesmo evoluir para a escarlatina, doença que provoca manchas avermelhadas pelo corpo e deixa a língua com o aspecto de uma framboesa.

É comum que as crianças entre 3 e 8 anos contraiam a escarlatina. Nessa fase, o sistema imunológico delas está em desenvolvimento e a convivência na escola facilita a transmissão. A bactéria causadora da doença libera uma toxina: algumas pessoas têm uma reação à substância, por predisposição genética. Por isso, surgem as manchas avermelhadas. Em outros casos mais raros, a bactéria pode causar quadros mais graves, como as septicemias, que é uma resposta inflamatória acentuada do corpo a uma infecção.

A infecção bacteriana pode ser facilmente tratada com antibióticos, especialmente no início. A dificuldade, segundo os médicos, é que os primeiros sintomas da doença, como febre e dor de garganta, podem ser confundidos com uma série de vírus comuns, que não são resolvidos com antibióticos. Assim, fique atento aos sinais que seu filho possa apresentar e consulte um médico se necessário.

Para Kfouri, a pandemia tem desencadeado alguns cenários diferentes em relação aos agentes bacterianos. "Temos visto mais casos de pneumonia e meningite. Acho que o tempo que ficamos sem circulação das crianças de alguma maneira interferiu um pouco na dinâmica desses agentes infecciosos", diz o infectologista.

Veja o vídeo da mãe abaixo (se não conseguir visualizar, clique aqui):

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