Saúde
 

Por Vanessa Lima


A irrupção dos dentes não causa febre: é uma coincidência (Foto: Thinkstock) — Foto: Crescer
A irrupção dos dentes não causa febre: é uma coincidência (Foto: Thinkstock) — Foto: Crescer

“Meu filho não para de chorar e está com febre. Ah, deve ser algum dente nascendo.” Se você nunca disse isso, provavelmente já ouviu frases parecidas de alguma outra mãe. Essa ideia, no entanto, pode não ser verdadeira e ainda mascarar outras infecções que precisam ser investigadas mais a fundo. É essa a conclusão de uma nova análise, publicada na revista médica Pediatrics. “Se uma criança está com febre alta, sente um grande desconforto ou não quer comer, nem beber nada por dias, isso deve levantar o sinal vermelho de preocupação”, diz Paul Casamassimo, diretor do Centro de Políticas, Saúde e Pesquisa em Pediatria Oral e Odontológica da Academia Americana de Pediatria.

“A irrupção dos dentes pode causar desconforto e irritação, mas não febre alta, com temperatura maior que 38ºC”, diz Marcelo Bönecker, professor titular de Odontopediatria da Universidade de São Paulo (USP). Para o especialista, a sensação das crianças é parecida com o que sentem os adultos quando nasce o dente do siso. “É um incômodo”, resume.

Tudo na conta do dente

Mas, então, de onde vem a ideia de que a febre está relacionada ao nascimento dos dentes? Para Bönecker, trata-se de uma série de coincidências. “O início da dentição geralmente acontece quando a criança tem mais ou menos 6 ou 7 meses. É a mesma fase em que elas começam a pegar objetos com as mãos e colocar na boca, o que pode levar a infecções e, aí sim, à febre”, exemplifica.

Esse período, muitas vezes, também coincide com o fim da licença-maternidade da mãe, quando a criança pode ir para o berçário. “A época da erupção dentária é justamente quando o bebê começa a ter contato com outras crianças em casa ou na creche e, assim, fica suscetível a contrair mais doenças virais, que têm como principal sintoma a febre. Quando não se encontra nenhum foco infeccioso, procura-se algo de diferente na criança e encontra o dente nascendo”, lembra o pediatra Tadeu Fernando Fernandes, presidente do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial, da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Outros sintomas

As infecções por vírus e bactérias, adquiridas nessa idade, em que a criança ainda não está com a imunidade totalmente fortalecida, podem levar a outro sintoma comumente relacionado à dentição: a diarreia. “Também é por volta dessa faixa etária que os bebês deixam de tomar o leite materno e passam a ter alimentos sólidos incluídos na dieta”, lembra o professor. Enquanto o sistema digestivo se adapta à novidade, pode haver alterações na consistência e na regularidade das fezes – o que, de novo, nada tem a ver com os dentes.

Nem o fato de a criança começar a babar mais que o normal nessa fase está diretamente ligado ao início da dentição. “É outra coincidência. Apesar de os bebês já nascerem com as glândulas salivares prontas, elas só amadurecem quando a criança tem cerca de 5 ou 6 meses de idade. Isso muda a viscosidade da saliva e aumenta a produção, mas não é algo ligado à irrupção dos dentes”, afirma o professor. Além disso, por conta da introdução alimentar, a mastigação aumenta e, por conta do estímulo, há um aumento do fluxo salivar.

O que fazer para eliminar o incômodo?

Quando os dentes nascem, a sensação traz desconforto mesmo. Para aliviar, os mordedores são ótimas opções, já que que ajudam a criança a coçar a gengiva. Alguns modelos podem ser colocados na geladeira. A baixa temperatura ajuda a amenizar a dor. Embora a concentração de anestésicos em pomadas tópicas, vendidas em farmácias, seja baixa, a Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda o uso. “Anestésicos tópicos com lidocaína e outros tipos podem causar efeitos adversos. Funcionam por alguns minutos para uma irritação que dura de três a cinco dias. São produtos químicos que podem ter absorção para o sangue e causar efeitos adversos”, ressalta Fernandes.

O que NÃO fazer

“Os pais não devem deixar de escovar o dente da criança”, destaca Bönecker. Por conta do incômodo e da irritação do bebê, existe uma tendência para que os adultos “pulem” a escovação, evitando o choro. A falta de limpeza pode levar a infecções e problemas ainda maiores. “Você estará encobrindo um problema e descobrindo outro”, lembra.

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