• Sabrina Ongaratto
Atualizado em
App auxilia no desenvolvimento da fala (Foto: Reprodução/EPTV)

App auxilia no desenvolvimento da fala (Foto: Reprodução/EPTV)

Quando a Sofia – diagnosticada com síndrome de Down – nasceu, a mãe, cientista da computação e ICT da Unifesp, Marinalva Dias Soares, procurou a colega Alessandra Alaniz Macedo, da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto. A ideia era criar uma tecnologia que pudesse ajudar não só a pequena Sofia, mas outras crianças com a síndrome, no desenvolvimento da fala. Foi aí que nasceu o aplicativo SofiaFala.

Foram aproximadamente dois anos até desenvolver um app capaz de oferecer exercícios com figuras, palavras e sons que estimulassem a pronúncia das crianças. Por meio do app, a criança repete movimentos e sons – como um beijo –, palavras e frases. A partir daí, o aplicativo compara a informação recebida com um um padrão já existente.

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No entanto, segundo Alessandra, o objetivo não é fazer o papel da terapia presencial, mas sim complementar. "O aplicativo deve substituir o uso dos tradicionais caderninhos que vão e voltam dos consultórios. O fonoudiólogo é que vai criar e definir o tratamento que a criança deve fazer. O profissional ainda tem acesso e pode acompanhar o desempenho do paciente", explica. 

Sofia testando o aplicativo  (Foto: USP)

Sofia durante os testes do aplicativo (Foto: USP)

MUITO ALÉM DA SÍNDROME DE DOWN

Outro ponto positivo do software é que ele permite a criação de treinos que se adaptem às características de cada criança. Por isso, segundo as pesquisadoras, o SofiaFala também poderá ser usado por crianças sem Down, mas que apresentem distúrbios na fala, assim como pacientes de outras idades que passaram, por exemplo, por acidentes vasculares cerebrais (AVC).

O sistema conta também com a participação de fonoaudiólogos, profissionais de terapia ocupacional, engenharia biomédica e psicologia e, atualmente, está em fase de testes. O protótipo já foi utilizado por crianças da ONG RibDown-RP, do Centro Integrado de Reabilitação do Hospital Estadual de Ribeirão Preto (CIR-HE) e ainda deve ser testado por novos grupos. 

"Gostaríamos de incluir também vídeos. A visualização do movimento, além do áudio e de fotos, é importante pro desenvolvimento. Mas, pra isso, precisaríamos de novos parceiros", explica Alessandra. Quem tiver interesse, basta entrar em contato com a equipe. A expectativa é de que o aplicativo esteja disponível para download até julho deste ano, na plataforma Android. No entanto, quem quiser também poderá testá-lo antes do lançamento. "As pessoas que entrarem em contato pelo e-mail receberão uma resposta automática com informações do projeto e entrarão numa lista para serem notificadas assim que o aplicativo estiver disponível para download", finaliza Alessandra.

Alessandra, Marinalva e a pequena Sofia, que inspirou o app (Foto: USP)

Marinalva e Alessandra com a pequena Sofia, que inspirou o app (Foto: USP)

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