• Depoimento dado a Andrezza Duarte
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Daniela, 1 ano e 10 meses, portadora de Síndrome de Down (Foto: Acervo pessoal)

Daniela, 1 ano e 10 meses, portadora de Síndrome de Down (Foto: Acervo pessoal)

“‘Por que eu?!’ Era só isso que conseguia pensar quando soube, ainda na sala de parto, que minha menina era portadora de síndrome de Down. Meu chão sumiu, não conseguia parar de chorar. Um luto tomou conta de mim: tive a sensação de que todos os meus sonhos tinham acabado. Era como se eu estivesse tendo um pesadelo e não conseguisse acordar. Não entendia, já que em todos os exames e consultas, o resultado era de que minha filha estava bem. Fui encontrando forças para enfrentar o desafio no amor. Descobri que a síndrome de Down não é uma doença, mas sim, uma condição. Daniela não tinha pedido para passar por isso, mas dependia exclusivamente de nossas atitudes para conseguir ter uma vida melhor.

Os cuidados que uma criança com síndrome de Down tem são os mesmos de qualquer outra criança e seu desenvolvimento será influenciado pelo amor, pela educação e pela vida social apresentada por familiares e amigos. O que muda é o ritmo deles, que é um pouco mais lento, mas nada que impeça de se desenvolverem muito. A Dani também precisa passar por terapias e brincar um pouco mais, o que permite que ela dê continuidade ao tratamento de maneira mais leve e divertida.

A mãe, Claudineia, com a pequena Dani (Foto: Acervo pessoal)

A mãe, Claudineia, com a pequena Dani (Foto: Acervo pessoal)

Hoje, a condição de Daniela está em segundo plano - aliás, nem percebemos isso nela! A síndrome de Down não define nossa filha, apenas faz parte da vida dela. Isso porque tantas outras coisas são mais importantes, como sua alegria, que é contagiante. Ela adora música, adora dançar. E tudo para ela, assim como para todas as crianças nessa condição, é intenso. Eles amam, vibram e também ficam emburrados e fazem birras, como qualquer outra criança. O olhar é doce, inocente...É mágico! E essa experiência mudou nosso olhar: antes, éramos alheios, não enxergávamos os problemas de inclusão que existem na cidade, em estabelecimentos comerciais, em escolas. Hoje, exigimos os direitos de uma pessoa com deficiência e abraçamos causas para poder melhorar o futuro não só da nossa filha.

Gostaria que, ao ler esse depoimento, as pessoas se interessassem mais pelo assunto e buscassem informação para nos ajudar a acabar com o preconceito, que é o que faz com que as pessoas subestimem essas crianças, que podem e vão muito longe!”

Claudinéia, 45 anos, esposa de Luis, 47, mãe de Daniela, 1 e 10 meses

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