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Um dia de celebração, que terminou em tragédia. Assim foi o primeiro aniversário de Blake Hanchett, um menino que vive com a família em Yorkshire, na Inglaterra. O bebê, que era descrito pelos pais como “barulhento” e “brincalhão”, sofreu um AVC no dia em que completou 1 ano de vida. Depois, ficou com sequelas que o deixaram com deficiências físicas e mentais, segundo o Yorkshire Live.

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Blake antes e depois de sofrer o AVC, em seu primeiro aniversário (Foto: Reprodução/ Yorkshire Live)

Blake antes e depois de sofrer o AVC, em seu primeiro aniversário (Foto: Reprodução/ Yorkshire Live)

A avó dele, Janet, deu o primeiro alerta, percebendo que o braço de Blake estava molengo. Então, a mãe dele, Kelly, correu para ajudar e percebeu que ele tinha sofrido algo grave e o levou para o hospital. O bebê, que já tinha tido um derrame, sofreu, pelo menos, outros quatro. Ele precisou ficar internado por cerca de 16 semanas, até voltar para casa, no último dia 13 de julho.

Agora, ele precisa de cuidados constantes da família, já que se alimenta por sonda e faz sessões diárias de fisioterapia. "Ainda estou aprendendo a cuidar dele”, disse a mãe, Kelly. “Não há pessoas com deficiência em nossa família, então, este é um mundo novo para nós. Ele precisa de cuidados em todos os aspectos, ele precisa ser alimentado através de um tubo”, relata ela.

Segundo os médicos, o menino tem um condição genética que fez com que ele nascesse com artérias carótidas mais estreitas do que o normal no pescoço, além de vasos sanguíneos finos, que não podem ser operados. Além disso, ele foi diagnosticado com distonia, o que pode causar espasmos de movimento e contração. Tudo isso pode ter favorecido os AVCs.

A irmã dele, Vienna, 4 anos, entende que o bebê não é mais “como as outras crianças”, segundo a mãe. “Ela canta para ele, dá brinquedos de pelúcia e diz que quer brincar com ele”, relata. "Não é o que planejamos. De certa forma, estamos de luto porque perdemos quem ele era - e desejamos que ele fosse como costumava ser", lamenta.

AVC em crianças: isso existe?

Infelizmente, sim. "A frequência de AVC em crianças é infinitamente menor do que a ocorre com os adultos. Enquanto entre os mais velhos a taxa é de 4 ou 5% da população, entre as crianças, é de 0,1% ou 0,2% da população infantil", alerta Osmar Moraes, neurocirurgião do Hospital Santa Catarina. Para ele, como é um acontecimento raro, a dificuldade de obter um diagnóstico é maior.

As causas do AVC em crianças são diferentes das razões pelas quais ele acontece em adultos. "Em geral, o derrame está associado a alguma outra condição, que pode ser uma má formação nas artérias, anemia falciforme, hemofilia ou alguma deficiência no sistema imunológico", explica Moraes.

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