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Ceri Roberts, do País de Gales, conta que ficou preocupada quando a filha Indeg, 7 anos, começou a adoecer, mas nunca imaginou que um tumor canceroso fosse a causa. Mas à medida que a pandemia de coronavírus se espalhava, em 2020, os sintomas se intensificaram. Segundo ela, Indeg tinha vômitos esporádicos, mas os médicos disseram que se tratava de um problema estomacal ou ansiedade ou gripe. Foi só quando a menina parou de comer e começou a perder peso rapidamente, em novembro de 2020, que a família buscou atendimento médico novamente.

Indeg foi encaminhada para um hospital em Bangor, onde uma tomografia computadorizada revelou um tumor no cérebro. Ceri recorda quando percebeu que a filha estava enfrentando uma batalha de saúde muito mais séria do que a gripe, que havia sido informada. "Eu disse à enfermeira: 'Eu sei o que você está procurando'; eu sabia que eles estavam procurando um tumor. Em cerca de uma hora, tivemos os resultados. Quando o médico disse que era um tumor cerebral, eu simplesmente cai de joelhos e chorei e chorei – foi como uma experiência fora do corpo”, conta.

Indeg, 7 anos, foi diagnosticada com câncer no meio da pandemia (Foto: Reprodução/The Sun)

Indeg, 7 anos, foi diagnosticada com câncer no meio da pandemia (Foto: Reprodução/The Sun)

Devido às restrições da covid, Ceri teve que ficar sozinha com a filha no hospital e teve que passar a notícia devastadora para a família por telefone. Indeg foi diagnosticada com Ependimoma, um câncer que se forma no cérebro ou na medula espinhal e afeta cerca de trinta crianças anualmente no Reino Unido. No Hospital Infantil Alder Hey de Liverpool, Indeg passou por uma operação de nove horas para remover o tumor. Depois, ela passou por cinco sessões de quimioterapia e radioterapia, além de terapia com feixe de prótons. “Nós nos mudamos para Manchester por dois meses enquanto ela fazia o tratamento, nunca tínhamos ficado longe de suas irmãs antes e estávamos muito longe de casa. Foi muito perturbador estar fora no Natal, e Indeg estava tão mal, embora eu ache que ela lidou melhor do que eu", disse a mãe, em entrevista ao North Wales News.

Após a pior fase do tratamento, a instituição de caridade Make A Wish UK entrou em contato com a família para perguntar se Indeg gostaria de solicitar algo especial. A menina disse que estava sentido muita falta de brincar ao ar livre, então, decidiu que desejava uma estrutura de escalada. "Brincar ao ar livre e usar a estrutura de escalada realmente a ajudou a superar esses tempos sombrios. Foi uma das primeiras coisas que ela disse quando contamos a ela sobre o desejo, ela decidiu que era isso que queria muito rapidamente", conta a mãe.

Ceri disse que está feliz de ver suas filhas brincando juntas novamente, mas afirma que a luta pela saúde da filha nunca será esquecida. "Eu sempre vou me preocupar com ela, sempre que ela menciona uma dor de cabeça eu entro em pânico, e o medo de voltar é horrível, mas eu sei que fizemos tudo o que podemos", finalizou.

Indeg está curada, mas o medo da mãe permanece (Foto: Reprodução/The Sun)

Indeg está curada, mas o medo da mãe permanece (Foto: Reprodução/The Sun)

Principais sintomas

Os tratamentos evoluíram muito nos últimos anos, mas o diagnóstico precoce ainda é o que traz mais esperança: quando o câncer é descoberto logo no início, as chances de cura são maiores que 80%. O problema é que muitos dos sintomas nas crianças se confundem com os de outras doenças benignas: febre, dor de cabeça, vômitos... Mas não precisa entrar em pânico. "Não quer dizer os sintomas indiquem que seja câncer. A incidência da doença é de apenas 16 casos a cada 100 mil crianças de 1 a 19 anos", explica o oncologista Sérgio Petrilli, do Graac (SP). Mesmo assim, se os sintomas persistirem de 10 a 14 dias, é melhor voltar ao pediatra.

Fique de olho se a criança apresentar:

- Reflexo esbranquiçado nos olhos, estrabismo, perda de visão ou crescimento dos olhos – o chamado olho de gato se manifesta como uma mancha esbranquiçada nas fotos tiradas com flash e pode indicar retinoblastoma.

- Sangramentos sem sinal de machucado – pelo nariz, pela gengiva e pela urina. Apesar de ser um sintoma mais raro, também merece atenção. Mesmo que não seja câncer, sangramentos indicam alterações de coagulação

- Manchas roxas pelo corpo e ao redor dos olhos – demonstram que a medula óssea está infliltrada por células doentes, o que acontece em caso de leucemia ou de neuroblastoma. Vale lembrar que os hematomas de batidas e quedas vão sumir rápido e aparecem somente no lugar da lesão.

- Dor de cabeça: pode ser confundida com enxaqueca, já que muitas vezes aparece acompanhada de náuseas. Por isso, em caso de desconfiança de que seja algo mais grave, vale insistir para que o pediatra faça uma tomografia. Quando medicada, a dor de cabeça se resolve em 1 ou 2 dias.

- Dores nos ossos, nas juntas, nas costas e facilidade de fraturas – podem ser facilmente confundidas com dores do crescimento, mas quando a dor passa a interferir na vida da criança, quando ela reclama com muita frequência, melhor investigar. O inchaço também pode indicar que algo não vai bem.

- Alterações na forma de andar, de falar e perda de equilíbrio – são mais frequentes em casos de tumor cerebral, quando geralmente são acompanhados de dores de cabeça, vômitos e alterações oculares.

- Caroços e inchaço – Gânglios no pescoço podem sinalizar uma simples amidalite, ou mononucleose, mas sempre merecem ser investigados. A barriga inchada, que normalmente é vista como sinalizador de verminoses, também.

- Febre prolongada – dura entre 7 e 10 dias, mas após o 3º dia já é preciso ir ao médico se a temperatura não baixar. No início, se não é encontrado foco infeccioso, é preciso investigar. Doenças comuns (como dor de ouvido) precisam ser descartadas.