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Uma mãe arrasada decidiu esconder o diagnóstico de câncer no cérebro de suas duas filhas porque tem medo de que isso as destrua. Katrina Darcy-Frelford, 45 anos, de Tweed Heads, foi informada por Charlie Teo, um dos melhores cirurgiões da Austrália, que tem apenas 15% de chance de ser curada se ela remover o tumor. "São chances muito ruins, mais baixas do que eu esperava. Mas quando ele fala sobre prolongar a vida em vez de uma cura, isso parte meu coração pelas minhas meninas", disse ela ao FEMAIL.

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Katrina disse que vai fazer o que puder para sobreviver por Indi, 2 anos, e Ayla, 6. "Elas precisam de mim. Elas precisam de sua mãe. Elas nunca superariam isso — minha filha mais velha nem gosta quando eu saio da sala. Portanto, não há outra opção a não ser estar aqui para elas", afirmou. Ela, que é representante de vendas, disse que começou a se sentir mal desde o nascimento de sua caçula, há dois anos, mas os médicos fizeram pouco caso de suas dores de cabeça diárias. Então, ela aprendeu a conviver com elas. "Eu simplesmente presumi que nunca iria me recuperar e tinha um estilo de vida agitado ignorando a exaustão", disse ela. "Quer dizer, eu era uma mãe ocupada e trabalhadora, e ninguém dorme muito em nossa casa. Então, atribuí minhas dores de cabeça a isso", lembra. 

Katrina não contou para as filha que está com um tumor cerebral (Foto: Reprodução/Daily Mail)

Katrina não contou para as filha que está com um tumor cerebral (Foto: Reprodução/Daily Mail)

O diagnóstico

Mas, então, há 12 semanas, Katrina teve um ataque de vertigem. "Tudo veio à tona naquele dia. Eu me sentia muito mal ao pegar as meninas na escola. Eu estava com medo de adormecer ao volante", disse ela. "Eu podia sentir o movimento do carro e minha dor de cabeça era tão forte que nem consigo descrever. Eu estava dirigindo o carro em modo de pânico total. Então, quando chegamos em casa e eu saí do carro, não consegui ficar de pé", afirma.  

A vertigem não voltou a esse nível, mas as dores de cabeça permaneceram e o sintoma contínuo levou os médicos a finalmente realizar uma ressonância magnética que encontrou um tumor cerebral. "Eu soube assim que a ressonância magnética terminou, porque o cara olhou para mim seriamente e me disse para fazer o acompanhamento com meu clínico geral o mais rápido possível", disse. Nas semanas seguintes, os médicos do NHS disseram à mãe que eles iriam "observar e esperar" para ver quanto o tumor crescia. Mas tudo o que ela e seu marido, Seth, leram sobre glioma, o tumor cerebral que Katrina tem, indica que simplesmente "assistir e esperar" poderiam diminuir suas chances de sobrevivência. "Decidimos que não queríamos apenas assistir e esperar", disse ela. 

Katrina contou que seu médico disse que havia 15% de chance de curá-la, mas não descartou efeitos colaterais drásticos como resultado da cirurgia. O procedimento também tem um custo enorme; fora do sistema público, vai custar US $ 100 mil para a família — o equivalente a mais de R$ 500 mil. A quantia deve ser paga antecipadamente, o que levou Katrina a pedir  ajuda. Atualmente, há duas campanhas no Go Fund Me para a família, que arrecadaram pouco menos da metade do que ela precisa. "Ir para o sistema público não é uma opção porque eles querem assistir e esperar e até que chegue a um estágio superior. Eles não vão me dar prioridade", afirmou. 

E apesar de não contar às filhas sobre a doença, as pequenas parecem saber que há algo errado. "Ela [a mais velha] tem sido muito carinhosa e vive dizendo que me ama", disse, emocionada. "Às vezes, algo pisca no meu telefone, como no GoFundMe que diz minha luta pela vida, e eu rapidamente pego o telefone dela porque ela está aprendendo a ler", contou.

Katrina disse que não tem conseguido trabalhar e se sente muito cansada na maioria dos dias. "Não sabemos se algum dia serei capaz de voltar ao trabalho, mas estamos dando um passo de cada vez e o primeiro é a cirurgia e minha única chance de cura", finalizou.

Katrina espera arrecadar dinheiro suficiente para fazer cirurgia (Foto: Reprodução/Daily Mail)

Katrina espera arrecadar dinheiro suficiente para fazer cirurgia (Foto: Reprodução/Daily Mail)

O que é glioma?

Gliomas são tumores que se desenvolvem a partir de um grupo de células cerebrais chamadas células gliais, de acordo com a Brain Tumour Foundation. As células gliais apoiam e protegem os neurônios do cérebro e da coluna vertebral, fornecendo aos neurônios oxigênio e nutrientes, além de remover as células mortas. A Fundação Memorial do Câncer de Cérebro de Sloan Kettering relaciona dores de cabeça, convulsões, náuseas, vômitos, função cerebral diminuída, incluindo confusão e fraqueza de um lado, como sintomas comuns.

Existem diferentes tipos de glioma, mas, muitas vezes, pode ser difícil diagnosticar o glioma exato antes de operar um paciente.O glioblastoma é uma versão especialmente devastadora da doença. O tempo médio de sobrevivência é de 12 a 18 meses. Apenas 25% dos pacientes sobrevivem mais de um ano e 5% mais de cinco anos.