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Uma cuidadora grávida que foi rotulada de "inútil" por sua paciente porque se recusou a levantá-la da cama, ganhou £ 25 mil (o equivalente a cerca de R$ 150 mil) em um processo de discriminação. Na época, a gestação de Sandy Croly, de Nottingham, na Inglaterra, foi considerada de alto risco porque ela havia perdido um bebê anteriormente. Então, recusou-se a levantar sua paciente, Kelly Ann Smith, 31 anos, que era "muito maior" que ela, da cama. Sandy alegou que estava preocupada com seu bebê.

Mas Sandy disse que ficou "chocada" quando Kelly, que está paralisada, revidou e ordenou que ela o fizesse, dizendo que então "não havia sentido em ela estar lá" se ela não poderia ajudar. Sandy acabou levantando a mulher da cama, mas um sofreu um sangramento preocupante. Kelly, então, parou de pagar a ela e, dias depois, a demitiu por mensagem de texto. Sandy, então, decidiu levar o caso à Justiça, e processou a empregadora por discriminação na gravidez. Ela venceu a ação e recebeu a indenização de £ 24.432.

A assistente de cuidados pessoais negra também ganhou uma reivindicação de discriminação racial depois que outros cuidadores de Kelly fizeram "comentários sarcásticos" sobre ela. O tribunal de Nottingham ouviu que Sandy era uma das cinco cuidadoras pessoais de Kelly, mãe de dois filhos, que precisava de cuidados 24 horas por dia, pois estava paralisada da cintura para baixo. Sandy trabalhou para ela por três meses até ser demitida, em julho de 2019.

Sandy Croly (foto) processou com sucesso sua empregadora por discriminação na gravidez (Foto: Reprodução/Mirror)

Sandy Croly (foto) processou com sucesso sua empregadora por discriminação na gravidez (Foto: Reprodução/Mirror)

Mais detalhes do caso

Durante a audiência foi informado de que anteriormente, ela havia entrado em trabalho de parto prematuro e sua filha não resistiu. Grávida novamente, ela foi considerada de alto risco e estava "ansiosa com isso e não querendo fazer nada que pudesse colocar seu feto em risco". Um relatório do tribunal disse: "Como parte de seu papel, a senhorita Croly foi obrigada a ajudar a senhora Smith a entrar e sair da cama. A senhora Smith tinha um  suporte para levantá-la para dentro e para fora da cama, mas se recusou a usá-lo. Em uma ocasião, pouco antes do fim do emprego da senhorita Croly, a senhorita Smith pediu-lhe para levantá-la (para) sua cama. Ela é muito maior do que a senhorita Croly, e a senhorita Croly disse que não podia levantá-la porque estava grávida, e a senhorita Smith era muito pesada para ela. A senhora Smith respondeu que se ela não a levantasse, não havia 'nenhuma razão' para ela estar lá porque ela era 'inútil'. A senhorita Croly a levantou naquela ocasião, porque ela precisava do emprego. Saindo do trabalho naquele dia, ela começou a sangrar. Ela estava muito ansiosa e entrou em contato com seu médico, que a dispensou do trabalho por 8 semanas".

A empregadora, então, não aceitou o afastamento, parou de pagá-la e a demitiu por mensagem de texto. O relatório acrescentou: "A senhorita Croly ficou muito chateada com a maneira como foi tratada pela senhora Smith e pelos outros cuidadores empregados. Ela perdeu a confiança e não trabalhou como cuidadora desde então. Depois que ela foi demitida em julho, ela não recebeu nenhum benefício por semanas. Ela entrou em atraso no aluguel e temia perder sua casa. Ela acabou de pagar os aluguéis atrasados. Ela não tinha dinheiro suficiente para comprar comida. Ela usou bancos de alimentos e caminhou até a casa da avó porque não podia pagar a passagem de ônibus. O impacto da discriminação sobre a senhorita Croly foi significativo".

Kelly Smith não compareceu a nenhuma audiência. Já Sandy teve um filho e depois uma filha. Após o caso, a mãe de dois filhos em tempo integral disse: "O tratamento dela me afetou muito, ela derrubou minha confiança nas pessoas. Desde então, parei de trabalhar como cuidadora. Eu fui cuidadora por mais de 10 anos e nunca fui tratada como Kelly me tratou".