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O alto Índice de Massa Corporal (IMC) da mãe antes e durante a gravidez não é um fator-chave do alto IMC de seus filhos, o que pode indicar que a obesidade infantil seja resultado de outros fatores de estilo de vida. Foi o que concluiu um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Bristol, na Inglaterra, e do Imperial College London. 

Publicado no jornal acadêmico BMC Medicine, no dia 1º de fevereiro, o trabalho usou dados de duas pesquisas anteriores feitas a longo prazo: Children of the 90s ("Crianças dos anos 90", em tradução livre), da Universidade de Bristol; e Born in Bradford ("Nascidos em Bradford", cidade inglesa, em tradução livre), realizada em um hospital universitário de Bradford. 

O risco de infecções virais durante a gravidez (Foto: Pexels)

Alto IMC materno não é a principal causa do aumento de peso das crianças no futuro (Foto: Pexels)

Os pesquisadores admitem que o maior IMC materno antes ou durante a gravidez está associado ao maior IMC em crianças. No entanto, ele não é a principal causa do aumento de peso dos pequenos no futuro, pois não está claro em que medida o peso da mãe causa obesidade na infância — ou mesmo se isso é causado por fatores ambientais e de estilo de vida pós-concepção e nascimento.

"Nossos resultados sugerem que o IMC materno pré-gravidez mais alto não é um fator-chave de maior adiposidade na próxima geração. Assim, eles apoiam intervenções que visam toda a população para reduzir o sobrepeso e a obesidade, em vez de um foco específico em mulheres em idade reprodutiva", pontuou a publicação. 

A equipe de cientistas analisou o peso ao nascer de crianças de 1 a 4 anos que participaram dos estudos Children of the 90s e Born in Bradford. Além disso, avaliou o IMC dos jovens de 10 e 15 anos — neste caso, apenas entre os participantes do primeiro estudo. Com base nos dados, os especialistas descobriram que havia um efeito causal moderado entre o IMC materno e o peso das crianças ao nascer, porém, na maioria das faixas etárias mais velhas não encontraram um efeito causal forte.

“Descobrimos que, se as mulheres têm um peso maior no início da gravidez, isso não é uma causa robusta de seus filhos serem mais pesados ​​quando adolescentes", explicou o autor principal, Tom Bond, pesquisador associado da Universidade de Bristol. Apesar disso, o docente alertou que é importante apoiar mulheres e homens em todas as idades para manterem um peso saudável, a fim de se prevenir a obesidade. "Não basta focar apenas nas mulheres que estão entrando na gravidez. Entretanto, há boas evidências de que a obesidade materna causa outros problemas de saúde para mães e bebês (além da obesidade da prole). Portanto, as futuras mães ainda devem ser encorajadas e apoiadas a manter um peso saudável", enfatizou. 

O pesquisador ressaltou, ainda, que é essencial seguir com novas pesquisas. "Será importante ampliar este trabalho para investigar outras características de mães e pais durante a gravidez e no início da vida que podem afetar o peso da criança, além de observar a prole quando estiver na idade adulta e tiver idade suficiente para começar a mostrar os primeiros sinais de risco de doenças cardíacas", concluiu Bond.

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