• Juliana Malacarne
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Sidneia comemorando seu aniversário no dia 9 de julho, dias antes de começar a sentir os sintomas do Covid (Foto: Arquivo pessoal)

Sidneia comemorando seu aniversário no dia 9 de julho, dias antes de começar a sentir os sintomas do Covid (Foto: Arquivo pessoal)

Uma grávida de 29 anos diagnosticada com Covid-19 faleceu durante cesárea de emergência no Hospital Regional de Sinop, no Mato Grosso, no último sábado (18). A bebê, que recebeu o nome de Eloah, também faleceu. Sidneia Souza de Oliveira Jorge era pedagoga e estava no sétimo mês de gestação.

Em entrevista à Crescer Lucinéia Oliveira, irmã da jovem, conta que a gravidez de Sidnéia não tinha complicações.  “No último ultrassom que ela fez, o médico disse que a Eloah estava se desenvolvendo normalmente e já tinha 3,1 kg. Ela ia ser bem fortinha”, afirma. No fim de semana do dia 12 de julho, porém, Sidnéia percebeu que não estava mais sentindo o gosto nem o odor dos alimentos.

Pouco depois, começou a tossir bastante e apresentar febre. “Na segunda ou terça, não lembro exatamente, já fomos para o posto de saúde. Ela fez um teste rápido e deu negativo, mas, mesmo assim, os médicos receitaram medicamentos e pediram uma tomografia. Quando chegou o resultado do exame, eles viram que ela já estava com 50% do pulmão comprometido e decidiram interná-la na quarta (15)”, conta Lucineia. “Ela fez mais um exame depois, no hospital, que confirmou o coronavírus”.

Sidneia ficou por alguns dias internada no Hospital Santa Inês, em Colíder, cidade onde a família mora, enquanto os médicos aguardavam por uma melhora em seus níveis de saturação, que indicam a quantidade de oxigênio circulando no sangue. “Ela não melhorou e, por causa do Covid, a equipe considerou melhor transferi-la para o Hospital Regional de Sinop (que fica a cerca de 2 horas de Colíder)”, conta Lucinéia. “Lá, no sábado, decidiram fazer uma cesárea de emergência porque a bebê não estava recebendo oxigênio suficiente e, por volta das 20h, recebemos a notícia de que as duas haviam falecido durante a cirurgia”.

Sidneia Souza de Oliveira Jorge  (Foto: Arquivo pessoal)

Sidneia Souza de Oliveira Jorge (Foto: Arquivo pessoal)

Além da irmã, outras 8 pessoas da família de Lucinéia foram diagnosticadas com Covid, inclusive ela a filha e o marido. “Não tem ninguém internado, mas ainda estamos lutando contra essa doença”, disse. “Tem sido muito difícil.  Minha irmã era uma pessoa cheia de sonhos, tinha tudo pela frente, sempre foi muito alegre, conversava com todo mundo, dava conselhos, era muito preocupada com a família. Mas infelizmente perdemos para o Covid”.

Além de Eloah, Sidneia era mãe de Gabriel, 5 anos. Para Lucinéia, a história da irmã pode servir como alerta. “Esse vírus não é brincadeira, não é gripezinha, as pessoas têm que se conscientizar, quem puder, por favor, fique em casa”, afirma. “O que mais dói é não termos podido nos despedir. Não pudemos dar um abraço, um adeus... A dor da partida é muito grande”.

De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, grávidas "podem ter mais risco de desenvolver a forma grave do Covid-19 do que outros grupos. Além disso, grávidas com Covid-19 podem ter um risco maior de parto prematuro". Precauções como  usar máscaras, lavar as mãos e evitar sair de casa diminuem o risco de contrair a doença.