• Andrezza Duarte
Atualizado em
GUIA DO PROTETOR SOLAR (Foto: Reprodução)

GUIA DO PROTETOR SOLAR (Foto: Reprodução)


Qual é a primeira coisa que você faz ao chegar na praia com as crianças? Se não teve tempo de passar camadas e mais camadas de protetor solar neles antes mesmo de sair de casa, garantir a segurança dos filhos contra os raios solares é, provavelmente, sua principal preocupação, certo? Feito isso, você relaxa: crianças blindadas e prontas para curtir o verão! Mas, e você? Teve tempo de pesquisar qual é o filtro ideal para o seu tipo de pele? Sabe o que deve buscar no rótulo da embalagem? Ou, ainda, se deve trocar de protetor caso esteja grávida ou amamentando? Para um assunto que parece tão corriqueiro, mas que só damos a devida importância quando os termômetros começam a subir, há muitos fatores a serem considerados. O que não muda: “O protetor solar não pode sair da sua rotina de beleza, faça sol, apenas nuvens ou chuva”, diz a dermatologista Carla Vidal, da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia (SP). Por isso, tiramos as principais dúvidas sobre o produto que não pode faltar nas suas bolsas - na do dia a dia, na de praia, na do bebê…

Não sei por onde começar! Existem tipos diferentes de protetor?

Até pouco tempo atrás, comprar um filtro solar era tarefa descomplicada. Você simplesmente entrava em uma farmácia e escolhia o produto pela marca, fator de proteção e seu tipo de pele. Mas como escolher o melhor filtro solar se mal sabemos que há diferenças que vão além desses fatores? Pois elas existem. E a primeira é saber se o filtro que você está levando para a praia é químico ou físico (também conhecido como mineral):

Filtro solar químico

É aquele protetor basicão e, provavelmente, a opção com a qual você está mais acostumada: precisa ser aplicado 30 minutos antes de encarar o sol, é fácil de espalhar e pode ser encontrado em qualquer farmácia. Por estas facilidades, o filtro químico se tornou o preferido do público. Mas ele é composto por substâncias químicas que penetram as camadas mais superficiais da pele. Com ele, os raios solares chegam a entrar na pele mas não causam dano por causa dos ingredientes químicos que prometem proteger.

Filtro solar físico

Este age de outra forma: composto por ingredientes naturais como óxido de zinco e dióxido de titânio, ele não permite que os raios solares penetrem a pele. Com ele, os raios são bloqueados e, então, refletidos. Mas, por ter uma textura mais grossa, é bem chato de espalhar, e deixa a pele levemente esbranquiçada. A alternativa é optar por um filtro físico com cor, que agirá como uma base suave. Seu efeito é imediato.

Mas qual é o melhor?

Ó, dúvida cruel. Para o Luis Eduardo Vila Pascoal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e dermatologista da Clínica Mais (SP), a grande vantagem do filtro químico é sua textura fina, enquanto a do físico é não causar alergia por evitar a absorção de química pela pele: “A maioria dos fotoprotetores é formulada com um mix dos dois, pois atuam em frentes distintas para combater os raios UV. Porém, para crianças e gestantes, o físico é o ideal”.

UVA, UVB… O que?

Antes de sair comprando o protetor químico ou fisico, vamos voltar um pouco para entender exatamente contra o que estamos nos protegendo. Os raios ultravioletas emitidos pelo sol, UV, são divididos em dois tipos: UVA e UVB. A radiação UVA atinge as camadas mais profundas da pele, e pode causar manchas, rugas, fotoenvelhecimento e até mesmo câncer de pele. Seus efeitos são vistos, geralmente, a médio e longo prazo. Já o UVB age nas camadas mais superficiais e é responsável pelos efeitos mais imediatos do sol, como queimaduras e aquela vermelhidão que aparece depois de um dia na praia sem a proteção adequada. Para Vila Pascoal, o protetor ideal precisa oferecer proteção física e química: “O produto precisa filtrar os raios UV, que é um processo químico, e também refletir esses raios, que é um processo físico”.

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O que preciso levar em conta primeiro?

Seu tom de pele. Quanto mais clara você for, mais forte deve ser o FPS. Na dúvida, comece com o FPS 30. Mas, atenção: isso não significa que a pele negra está liberada do filtro solar! Em seguida, considere o tipo:

Pele seca ou mista: Quem cai nesta categoria precisa de protetores solares mais hidratantes, para evitar o ressecamento.

Pele normais ou mistas: Mais livre para escolher, quem tem este tipo de pele pode apostar nos cremes, geis e loções oil-free.

Pele oleosa: Opte por produtos em gel ou oil-free, para evitar cravos, espinhas ou brilho excessivo.

O FPS e o FPUVA. Aquele fator de proteção com o qual estamos acostumados e que ajuda a definir a nossa compra é FPS (15, 30, 60), e só diz respeito à radiação UVB - aquela cujos efeitos na pele são mais imediatos. Mas você sabe o que esses números significam? “Indicam quantas vezes você pode tomar sol sem se machucar quando comparado à pele desprotegida”, diz Pascoal. Se a pele normalmente leva 10 minutos para queimar, com um protetor com FPS 30, ela levaria 300 minutos. Com o FPS 50, 500 minutos. Mas evitar queimaduras e aquele aspecto de “pimentão” não basta - é preciso se proteger mais profundamente. Então, da próxima vez que for escolher o protetor para você, procure embalagens que indicam, além do FPS, o FPUVA. O cálculo para saber por quanto tempo sua pele fica protegida é o mesmo, mas, neste caso, considera-se o tempo que a pele demora para pigmentar.

Ok, filtro escolhido. Quanto usar? 

Não economize na proteção. Uma colher de chá cheia é a quantidade ideal para a área do rosto, pescoço e colo. Já no corpo, aumente para uma xícara de chá - mais precisamente, uma colher de chá para o rosto e pescoço, uma colher de sopa para a parte da frente do tronco e outra para a parte de trás, uma colher de sopa para ambos os braços e a mesma medida para proteger as pernas e os pés, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia. Normalmente, os protetores solares protegem por até uma hora e meia, o que significa que você precisa reaplicar o produto várias vezes ao dia - principalmente se entrar na água.

Tão importante quanto a quantidade que você passa, é a forma como você aplica. Para que a proteção seja efetiva, espalhe o produto com generosidade, mas de maneira uniforme. O braço não é mais sensível ao sol do que as orelhas, por exemplo. Por isso, não deixe de lado regiões como as mãos, pés e lábios. Carla também sugere a versão em creme ou loção do produto ao spray, pois a aderência é melhor e o risco de esquecer de alguma área e provocar manchas é menor.

Sim! Se a praia estiver nos seus planos, um protetor solar físico com FPS 30 é um bom ponto de partida. Segundo Carla Vidal, o melhor é dar preferência aos que são resistentes à água: “A tecnologia dos protetores está cada vez melhores e hoje há filtros que são ativados e até potencializados com o contato da água”. Mas todos, sem exceção, precisam ser reaplicados a cada uma hora (se esse tempo for gasto na água) e duas horas em caso de suor. “Ao contrário do que se diz por aí, a água do mar não ajuda a acelerar o bronze, mas, sim, a queimar a pele. Isso porque ela promove a desidratação, o que faz com que ela perca a sua proteção natural e, claro, a proteção do filtro solar que havia sido aplicado anteriormente”, explica Carla. Nada saudável.

O protetor muda de acordo com o destino das férias?

Se a diversão das férias for fazer esportes ao ar livre com as crianças, a proteção deve ser ainda mais alta, entre 50 e 60, pois você estará completamente exposta aos raios solares, sem a opção de se proteger debaixo do guarda-sol da praia ou da piscina. E como proteção nunca é demais, não abra mão de chapéus e óculos, ok? Para as crianças, bonés e chapéus com abas - estilo não tem idade!

O FPS dos produtos de beleza não são o suficiente?

Não são, mas ajudam. O ideal é aliar os cuidados de beleza ao protetor solar: primeiro aplique o filtro e depois a maquiagem. “Por mais que alguns produtos, como bases, tenham FPS, a proteção não costuma ser suficiente para combater os raios UV”, diz Carla Vidal. Opte por filtro físicos com pigmento, que têm boa cobertura. Uma alternativa é o CC cream, que hidrata, dá cobertura e ainda protege.


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