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Quarentena, home office e filhos (Foto: Getty Images)

Quarentena, home office e filhos (Foto: Getty Images)

A crise causada pela pandemia do coronavírus impactou muitas famílias. Com o lockdown (bloqueios de circulação de pessoas) em alguns países, as escolas e parte dos estabelecimentos fecharam, fazendo com que muitas  pessoas perdessem o emprego. No entanto, essa realidade tem se tornado ainda mais dura para as mães. É o que aposta um estudo realizado pelo Institute for Fiscal Studies (Instituto de Pesquisa Econômica), com sede em Londres, Reino Unido. De acordo com os especialistas, as mães são 47% mais propensas que os pais a perderem permanentemente o emprego ou deixarem o cargo. 

Outro dado marcante é quanto à empregabilidade. Atualmente, as mães têm 9% menos de chances de estarem em um trabalho remunerado. Além disso, entre as mães e os pais, que ainda trabalham, as mulheres tiveram uma redução proporcional maior nas horas de trabalho que os pais.

Financiada pela fundação Nuffield, a pesquisa foi feita online, entre os dias 29 de abril e 15 de maio com 3.500 famílias. O intuito era verificar como os pais estão equilibrando o trabalho remunerado com as responsabilidades domésticas. 

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CUIDADO COM OS FILHOS E TAREFAS DOMÉSTICAS

Durante o estudo, os pesquisadores concluíram que é muito provável que as mães, que estão trabalhando home office, usam parte do expediente para cuidar dos filhos. Segundo os especialistas, elas cumprem, em média, um terço das horas de trabalho remunerado ininterrupto dos pais. Antes do confinamento, elas faziam cerca de 60% das horas de trabalho ininterruptas dos pais. Para os autores da pesquisa, essa redução de horas trabalhadas pode trazer prejuízos a longo prazo para a carreira das mães, após a quarentena.

Antes da crise, as mães trabalhavam em média 6,3 horas por dia da semana. Isso caiu para 4,9 horas. As horas trabalhadas dos pais também caíram, mas proporcionalmente menos, de 8,6 horas antes da crise para 7,2 horas agora.

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De acordo com os pesquisadores, essa diferença pode ser explicada porque as mães são mais interrompidas durante o trabalho. Quase metade (47%) das horas das mães dedicadas ao trabalho remunerado são divididas entre essa e outras atividades, como cuidar de crianças, em comparação com menos de um terço (30%) das horas de trabalho remuneradas dos pais. Estes dados acentuam as desigualdades de gênero e contribuem cada vez mais para diferença salarial entre os pais. 

A pesquisa também mostrou que as mulheres passar mais tempo que os pais cuidando dos filhos e fazendo tarefas domésticas. Elas cuidam das crianças em média 10,3 horas por dia (2,3 horas a mais que os pais) e fazem 1,7 horas a mais de tarefas domésticas que os pais. xxxxxxxxxxxxxxxxxxx2015.

Nas famílias em que o pai perdeu o emprego enquanto a mãe mantinha o dela, homens e mulheres ainda dividem as responsabilidades domésticas e de cuidar das crianças de maneira igualitária. Em todos os outros tipos de famílias, as mães gastam substancialmente mais tempo nas responsabilidades domésticas, diz o estudo.