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Uma avó e mãe de dois filhos está aterrorizada, com medo de que sua família, que mora na Ucrânia, possa não ter sobrevivido após a invasão da Rússia. Olena Berezhnyi, 56 anos, mora em Nottingham, no Reino Unido, e disse que "mal consegue manter a calma", pois não foi possível falar com os filhos, que moram na Ucrânia, na fronteira com a Rússia.

Sabe-se que tropas terrestres russas cruzaram a fronteira da Crimeia com a Ucrânia depois que Vladimir Putin anunciou uma “operação militar especial” no leste do país. Olena disse, em entrevista ao ao jornal local Nottinghamshire Live, que "mal conseguia parar os pensamentos mais sombrios que a dominavam" depois de ver que a região onde a família dela está foi "completamente destruída".

Seus dois filhos e suas famílias, incluindo a neta de 6 anos, vivem em Derhaci, em uma pequena cidade a cerca de 20 km da fronteira com a Rússia. Ela disse que tentou entrar em contato com eles a manhã toda, mas não teve sucesso. "Não sei se eles ainda estão vivos; não sei o que aconteceu com eles", disse Olena, temendo o pior. "Só espero que eles tenham conseguido escapar", afirmou.

Olena Berezhnyi, 56, disse que

Olena Berezhnyi, 56, disse que "mal consegue manter a calma", pois não conseguiu falar com sua família que mora na fronteira com a Rússia (Foto: Reprodução/Mirror)

Olena, que é faxineira, contou que a última vez em que falou com seu filho de 24 anos foi na manhã de quarta-feira (23). "Eles me disseram que estão prontos para lutar; estão prontos para fazer isso pela Ucrânia. E agora estou com medo e mal consigo manter a calma", desabafou. A ucraniana disse que seu desgosto está além das palavras depois de ter visto sua terra em ruínas na TV nesta manhã. "Fiquei em choque quando vi minha cidade natal, Kharkhiv, destruída", acrescentou. "Eu estava dormindo quando tudo isso aconteceu e agora não sei onde meus filhos estão", lamentou.

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A ucraniana foi para Nottingham, na Inglaterra, em 2004, para cuidar de seu avô, que tinha câncer. "Estou estressada, mas sei que tenho que manter a calma e continuar trabalhando aqui porque tenho que ganhar mais dinheiro para enviar aos meus filhos e ajudar meu país. Mas agora minha família, minha cidade natal, meu país e tudo o que eu conhecia se foram", declarou. 

Explosões também foram relatadas nos arredores das cidades de Kharkiv, Kramatorsk, Mariupol, bem como na capital Kiev. "Não sinto nada além de desespero", finalizou.

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