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Leon é homossexual, negro, solteiro e adotou uma criança (Foto: Reprodução/Daily Mail)

Leon é homossexual, negro, solteiro e adotou uma criança (Foto: Reprodução/Daily Mail)

Um pai solteiro revelou que, muitas vezes, sente-se como um "unicórnio" porque sua situação de "pai negro, gay, solteiro e com filho adotivo" é muito rara. O britânico Leon Wenham, 41 anos, de Londres, deu as boas-vindas ao filho no ano passado e conta que tinha planos de adotar há mais de vinte anos. "É uma conexão linda que temos. Não é nada incomum, ele está feliz, eu estou feliz", disse ele ao Daily Mail. "Mas um 'negro gay adotivo solteiro' é tão raro que, às vezes, sinto-me como um unicórnio e todo mundo fica interessado em saber mais",complementou. 

Sua situação, somada à falta de diversidade em livros infantis, levou Leon a escrever seu próprio livro para que crianças como seu filho possam se sentir representadas. Com You, Me and Lots and Lots of Love, ele também espera incentivar mais pessoas de cor, da comunidade LGTBQ + e pessoas solteiras a adotarem. 

ADOÇÃO

O processo de adoção começou em fevereiro de 2018 e levou 12 meses. Descrevendo sua decisão de adotar, Leon disse à Femail: "Estou com 41 anos agora e é algo que sempre quis fazer. Como um homem gay, ter filhos da maneira convencional não era realmente uma opção para mim. Conforme eu fui envelhecendo, foi algo que continuava vindo à minha mente. Então, peguei o telefone em 2018 e comecei o processo", lembra.

Leon, então, mudou de casa e estava pronto para receber seu novo filho. "Era um projeto e eu o fiz sabendo que seria uma casa de família. Então, assim que a reforma foi concluída, eu sabia que a próxima fase da vida seria ser pai. Comprei a casa e a reformei para este fim", disse. Apesar da experiência de adoção de Leon ter sido tranquila, ele afirma que nem sempre é esse o caso e que sua jornada de adoção foi "bastante rápida".

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Leon e o filho de 5 anos (Foto: Reprodução/Daily Mail)

Leon e o filho de 5 anos (Foto: Reprodução/Daily Mail)

LIVRO

Seu filho agora tem cinco anos, mas Leon está preocupado com a falta de diversidade nos livros. Segundo ele, apenas 4% dos livros infantis publicados no ano passado trazem personagens que fogem do "tradicional". Por isso, ele espera que seu livro possa ser um pioneiro na diversificação da representação de famílias não convencionais. “Um dos motivos pelos quais escolhi escrever o livro é porque a maioria dos livros sobre adoção geralmente usa animais. Não encontrei nenhum livro que representasse nossa família nuclear. Sou negro caribenho e todos os livros apresentavam caucasianos. Acho que quando você tem uma criança que é adotada e não tem uma família convencional, se você continuar vendo isso nos livros, não é realmente útil para eles. Apenas destaca que eles são diferentes, o que para uma criança de quatro ou cinco anos pode ser bastante difícil", explica. 

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Falando sobre o que ele espera que o livro alcance, Leon disse: "Normalizar a diversidade desde a infância é o número um. O número dois é explicar a adoção às crianças de uma forma que as incentive e incentive a compartilhar suas emoções e reconheça algumas das grandes emoções pelas quais crianças e adultos passam durante o processo. Além disso, uma das coisas mais importantes é iluminar os pais negros, porque acho que os pais negros têm uma péssima reputação ao longo de décadas, mesmo dentro da comunidade negra. Ser um pai adotivo gay e solteiro, acho que é algo bastante positivo. A longo prazo seria para mais famílias negras ou pessoas negras solteiras, a comunidade LGBT negra realmente considerar a adoção como uma opção para a paternidade",  disse.

Livro de Leon (Foto: Reprodução/Daily Mail)

Livro de Leon (Foto: Reprodução/Daily Mail)

O filho de Leon teve um início de vida difícil, pois morou em cinco casas diferentes antes de encontrar seu novo pai. Apesar disso, Leon disse que isso não tem sido um problema. Quando questionado sobre que conselho ele daria às pessoas, Leon disse que ter uma grande rede de apoio é fundamental. "Eu tenho apoio emocional se precisar conversar ou pedir conselhos, mas seria bom ter um pouco mais do tipo: 'Você pode cuidar dele por uma hora enquanto vou a um restaurante?'", disse.

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Além de seu novo livro You, Me and Lots and Lots of Love, Leon também criou uma página no Facebook dedicada a apoiar pais adotivos negros para fornecer um espaço seguro para discussão e ajuda mútua. "O grupo cresceu e hoje tem a participação de pais de lugares distantes como América, Canadá, Austrália, África, Oriente Médio, Caribe e Jamaica. É uma aldeia global porque 'é preciso uma aldeia para criar um filho'", finalizou.

Leon e o filho de 5 anos (Foto: Reprodução/Daily Mail)

Leon e o filho de 5 anos (Foto: Reprodução/Daily Mail)