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Anafilaxia, alergia (Foto: Thinkstock)

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Uma nova pesquisa nos Estados Unidos analisou o número de entradas de emergência nos hospitais por casos de anafilaxia entre 2010 e 2016 e constatou um aumento expressivo de casos. Enquanto em 2010 foram em média 1,4 internações a cada 10 mil crianças, em 2016 esse número subiu para 3,5. A justificativa apresentada pelos pesquisadores é de que os pais estariam mais capacitados a identificar o quadro e buscar ajuda profissional. 

A comunidade médica caracteriza anafilaxia quando pelo menos dois órgãos são acometidos pela reação alérgica, como é o caso de uma irritação de pele acompanhada de uma crise de vômito. As manifestações mais comuns são o comprometimento respiratório, cardiovascular e/ou gastrointestinal. A queda da pressão arterial, conhecida como choque anafilático, por si só, é o suficiente para o diagnóstico.

No estudo, foram analisados 9,6 milhões de prontuários por todo o país e 47% dos casos de anafilaxia foram creditados a alergias alimentares específicas. A alergologista Cristina Abud de Almeida,da Rede de Hospitais São Camilo, explica que, por aqui, a situação ainda é um pouco diferente. "O número total de casos de anafilaxia não é conhecido no Brasil, mas já notamos um aumento tanto na frequência, como na gravidade dela. Diferente dos Estados Unidos, a substância que mais causa anafilaxia aqui são os medicamentos e só depois os alimentos". 

A razão disso seria o fácil acesso no Brasil a anti-inflamatórios e antibióticos, classes de medicamentos que mais causam reações alérgicas em crianças. Ainda assim, as alergias alimentares têm se mostrado motivo de preocupação para pais e médicos nos últimos tempos, com o aumento de sua incidência, prevalência e gravidade. "Se antes a alergia a leite ou ovo [principais da infância, segundo os especialistas] costumava passar até os 5 anos, hoje ela pode acompanhar as crianças por toda a vida", pontua a alergologista e imunologista Renata Cocco, do Hospital Israelita Albert Einstein, destacando que, no caso de alergia a crustáceos, amendoim e castanhas é natural que não haja regressão. 

No primeiro episódio de anafilaxia, geralmente a pessoa não tem consciência de que é alérgica. Portanto, é preciso identificar prontamente o que causou aquela reação, para o paciente poder se manter afastado do antígeno. "A partir do diagnóstico inicial, é importante que os pais estejam sempre atentos a rótulos, receitas, façam uma limpeza das mesas onde o filho irá comer, higienizem utensílios e não permitam que sejam compartilhados e até evitem lugares onde o alimento em questão está sendo preparado", destaca Cristina. 

Nos casos mais graves, ambas as especialistas indicam que os pais carreguem consigo uma caneta auto-injetora de adrenalina. Apesar de não ser comercializada no Brasil, o país tem um acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que permite a importação diante da recomendação de um especialista e do preenchimento de um protocolo. O valor pode chegar a mil reais. 

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